terça-feira, 9 de agosto de 2016

Piranha

Quando completei 29 anos e publiquei meu terceiro livro, saquei uma mudança no olhar das pessoas. De conhecidos que bebiam comigo, trabalhavam ou parentes de namoradas. Eles me olhavam com raiva. Um ódio sangue de piranha exposta em banca de feira. Putos da vida. Notava uma inveja gritante, mas com o tempo percebi que a inveja não era literária. Brasileiro lê pouco e Manauara só lê jornal policial pela manhã. A inveja da minha liberdade. Do meu jeito de brincar com a vida. Minha irresponsabilidade. Ainda vejo esses olhares cruzando comigo na cidade. São olhares fracassados de pessoas que desistiram de sonhos da juventude e vegetam na escravidão de seus empregos de merda. Sou um cara livre. Não só pq faço literatura. Sou livre pq faço o que amo.
Diego Moraes

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