“Tranquei
minha boca, não por falta de palavra. A felicidade abraçava-me,
embaraçava-se em meu corpo, salgava-me com o sal de sua saliva. A
felicidade se escondia no porão da casa, e cabia a mim visitá-la.
Ser feliz era estar em constante pecado, eu me culpava e negociava o
fingimento de estar infeliz. Caminhar por sobre o pecado demandava
muitas perdas. Mentir-me em tristeza preservava a felicidade que me
assaltara, eu suspeitava.”
Bartolomeu
Campos de Queirós
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