“Estava
sempre disposto a amar todas essas manifestações de vida. O que
nunca conseguia era amá-las sem reservas, como exigia a sensação
de bem-estar social; há muito pairava sobre tudo o que ele fazia e
vivia um sopro de repulsa, uma sombra de impotência e solidão, uma
náusea universal, para a qual não conseguia encontrar nenhuma
inclinação compensadora. Por vezes, sentia-se como se tivesse
nascido com um talento para o qual não havia objetivo no presente.”
Robert
Musil, in O homem sem qualidades
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