segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Soneto XXIII


Cidadezinha cheia de graça…
Tão que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só…

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo…
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…

Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me tera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar.
Mário Quintana

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