“Não
há dúvida nenhuma: se um leitor não se tem firme nos pés diante
de certos livros e de certos autores, acontece-lhe como quando a
gente se debruça a uma alta janela e olha com adesão exagerada para
o fundo: atira-se dali abaixo. E coisa curiosa: tanto monta que o
aceno venha dum clássico, como dum romântico, como dum realista,
como dum futurista. Desde que a mão feiticeira que o faz saiba da
sua poda, um homem, que ainda ontem era enforcado de Villon, passa a
satânico de Baudelaire sem qualquer cerimônia.”
Miguel
Torga
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