“Refiro
ao senhor: um outro doutor, doutor rapaz, que explorava as pedras
turmalinas no vale do Arassuaí, discorreu me dizendo que a vida da
gente encarna e reencarna, por progresso próprio, mas que Deus não
há. Estremeço. Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá
esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas,
se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, a vida é
burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se
podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos
grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo.”
Fala
de Riobaldo,
in Grande
sertão: veredas,
de Guimarães
Rosa
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