“Em
todas as épocas, existem duas literaturas que caminham lado a lado e com muitas
diferenças entre si: uma real e outra apenas aparente. A primeira cresce até se
tornar uma leitura permanente. Exercida por pessoas que
vivem para a ciência ou para a poesia, ela segue o seu
caminho com seriedade e tranquilidade, produzindo na Europa pouco menos de uma
dúzia de obras por século, que, no entanto, permanecem. A outra, exercida por pessoas que vivem da ciência ou da poesia, anda a galope, com rumor
e alarido por parte dos interessados, trazendo anualmente milhares de obras ao
mercado. Após poucos anos, porém, as pessoas perguntam: Onde estão essas obras?
Onde está a sua glória tão prematura e ruidosa? Por isso, pode-se também chamar
esta última de literatura que passa, e aquela, de literatura que fica.”
Arthur
Schopenhauer, in Da
leitura e dos livros
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