“Os
homens não amam aquilo que cuidam que amam. Por quê? Ou porque o que amam não é
o que cuidam; ou porque amam o que verdadeiramente não há. Quem estima vidros,
cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros; quem ama defeitos,
cuidando que são perfeições, perfeições ama, e não defeitos. Cuidais que amais
diamantes de firmeza, e amais vidros de fragilidade: cuidais que amais
perfeições Angélicas, e amais imperfeições humanas. Logo os homens não amam o
que cuidam que amam. Donde também se segue, que amam o que verdadeiramente não
há; porque amam as coisas, não como são, senão como as imaginam, e o que se
imagina, e não é, não o há no mundo.”
Padre Antônio Vieira, in Sermões
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