A
Manoel de Barros
Deus é
uma grande aranha, pensou
manoel de barros. E agarrou um dos
fios da sua teia para subir, com
todo o cuidado de um tecedor
de palavras, até ao infinito. “E
onde está o deus que fabricou
tudo isto?”, perguntou ao chegar
à floresta que nasce no cume
dos sonhos. E um dos pavões,
de sílabas coloridas com as tintas
vermelhas e roxas do crepúsculo,
respondeu: “Deus vive na rede
dos teus versos.” E abriu a sua
cauda onde as cores da madrugada
reflectiam, como num espelho
de ouro poliédrico, o rosto de deus.
manoel de barros. E agarrou um dos
fios da sua teia para subir, com
todo o cuidado de um tecedor
de palavras, até ao infinito. “E
onde está o deus que fabricou
tudo isto?”, perguntou ao chegar
à floresta que nasce no cume
dos sonhos. E um dos pavões,
de sílabas coloridas com as tintas
vermelhas e roxas do crepúsculo,
respondeu: “Deus vive na rede
dos teus versos.” E abriu a sua
cauda onde as cores da madrugada
reflectiam, como num espelho
de ouro poliédrico, o rosto de deus.
Nuno Júdice
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