“Eu não acredito na originalidade. É mais
um feitiço na nossa época de vertiginoso desmoronamento. Creio na personalidade
através de qualquer linguagem, de qualquer forma, de qualquer sentido da
criação artística. Mas a originalidade delirante é uma invenção moderna e um
vigário eleitoral. Não falta quem queira fazer-se eleger Primeiro Poeta do seu
país, da sua língua ou do mundo. Correm, então, em busca de eleitores, insultam
quem aparente possibilidades de lhes disputar o ceptro e, desse modo, a poesia
transforma-se numa mascarada. No entanto, é essencial conservar a direção
íntima, manter o controlo do crescimento que a natureza, a cultura e a vida
social asseguram ao desenvolvimento das excelências do poeta.”
Pablo
Neruda, in Confesso que Vivi
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