“Há uma
palavra que pertence a um reino que me deixa muda de horror. Não espantes o
nosso mundo, não empurres com a palavra incauta o nosso barco para sempre ao
mar. Temo que depois da palavra tocada fiquemos puros demais. Que faríamos de
nossa vida pura? Deixa o céu à esperança apenas, com os dedos trêmulos cerro os
teus lábios, não a digas. Há tanto tempo eu de medo a escondo que esqueci que a
desconheço, e dela fiz o meu segredo mortal.”
Clarice
Lispector, in Para não esquecer
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