Apesar de fazer
parte de uma nova categoria de artista que surgiu no século XIX, o louco
solitário, Van Gogh não foi o único. As mudanças do século XIX resultaram em
uma nova perspectiva do indivíduo em relação à sociedade. Para os artistas os
novos tempos resultaram em percepção desesperadora e vazia da realidade, onde o
que anteriormente era concreto e absoluto desmoronou. Deus morreu, a esperança
no homem esmorece, a razão domina e tudo o que resta, para o indivíduo artista
é o mundo dos sentimentos, o mundo da expressão.
Vincent Van Gogh, "Restaurante De la Sirene
em Asnieres"
“O que sou eu aos
olhos da maioria das pessoas? Uma não entidade, ou um homem excêntrico e
desagradável – alguém que não tem e nunca terá posição na vida, em suma, o
menor dos menores. Muito bem, mesmo que isso fosse verdade, devo querer que o
meu trabalho mostre o que vai no coração de um homem excêntrico e desse
joão-ninguém.” - Carta de Vincent ao irmão Théo (21 de julho de 1882).
Pelo trecho da
carta destinada ao irmão fica claro que Vincent van Gogh se sentia deslocado na
sociedade e tinha necessidade de inserir-se de alguma forma nela.
Vincent Van Gogh, Auto-retrato
Vincent Willem van Gogh, nascido em 1853,
foi mais que um pintor perturbado. Muito se escreveu sobre o artista, foram
feitas análises de sua doença, de suas cartas e obra. Vincent é parte do
imaginário popular do artista moderno que vive, enlouquece, definha e
finalmente morre por sua arte. A ideia do artista excluído da sociedade, que
enxergava além de seu tempo, incompreendido por seus contemporâneos, tem como
reverso o valor de suas obras, vendidas hoje por milhões de dólares, para serem
armazenadas em cofres ou acervos, longe dos olhos do grande público. Justo
Vincent, que ansiava tanto que sua obra fosse vista e compreendida por todos.
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