sexta-feira, 26 de julho de 2013

Van Gogh e o elogio da loucura

Apesar de fazer parte de uma nova categoria de artista que surgiu no século XIX, o louco solitário, Van Gogh não foi o único. As mudanças do século XIX resultaram em uma nova perspectiva do indivíduo em relação à sociedade. Para os artistas os novos tempos resultaram em percepção desesperadora e vazia da realidade, onde o que anteriormente era concreto e absoluto desmoronou. Deus morreu, a esperança no homem esmorece, a razão domina e tudo o que resta, para o indivíduo artista é o mundo dos sentimentos, o mundo da expressão.

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Vincent Van Gogh, "Restaurante De la Sirene em Asnieres"

“O que sou eu aos olhos da maioria das pessoas? Uma não entidade, ou um homem excêntrico e desagradável – alguém que não tem e nunca terá posição na vida, em suma, o menor dos menores. Muito bem, mesmo que isso fosse verdade, devo querer que o meu trabalho mostre o que vai no coração de um homem excêntrico e desse joão-ninguém.” - Carta de Vincent ao irmão Théo (21 de julho de 1882).
Pelo trecho da carta destinada ao irmão fica claro que Vincent van Gogh se sentia deslocado na sociedade e tinha necessidade de inserir-se de alguma forma nela.

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Vincent Van Gogh, Auto-retrato
Vincent Willem van Gogh, nascido em 1853, foi mais que um pintor perturbado. Muito se escreveu sobre o artista, foram feitas análises de sua doença, de suas cartas e obra. Vincent é parte do imaginário popular do artista moderno que vive, enlouquece, definha e finalmente morre por sua arte. A ideia do artista excluído da sociedade, que enxergava além de seu tempo, incompreendido por seus contemporâneos, tem como reverso o valor de suas obras, vendidas hoje por milhões de dólares, para serem armazenadas em cofres ou acervos, longe dos olhos do grande público. Justo Vincent, que ansiava tanto que sua obra fosse vista e compreendida por todos.
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