“A luz é para todos; as escuridões é que são apartadas e
diversas”.
Guimarães
Rosa
Prólogo A brochura do livro
Não
está no meio;
Sim,
na mente.
Nos
escapa à mão.
Daí a
relutância, persistência
Necessária.
Quem
acendeu
os
fachos das estrelas?
O
menino.
Um
menino equilibrista
Numa
mangueira,
Bom de
se ver.
Frutos
colhidos,
Sugados
até os ossos.
Esse
amarelo-ouro
Não é
de se pegar?
Divagações A fala, eis o que sou,
O meu
discurso.
A
palavra, dita ou não,
Vale. A
palavra vã
Também.
As
palavras do pai, mãe:
“Não te
falei?”, machuca.
O
compulsório
Da vida
É o
fôlego.
Há
palavras insossas,
Temperá-las
é preciso.
O sal
da palavra
Dá
sabor ao dito.
Na
ponta
Da
língua
Sinto o
condimento
Da
palavra.
Seco é
o rio
Da
minha infância.
Margem
esquerda,
Morada,
171,
Dita
rua de Baixo
Oficial,
D. Pedro II.
Viva a
anarquia
Dos
guris. Idos tempos.
Atentos,
pernas
Separadas,
mãos ágeis
Nos
revólveres imaginários.
Duelos
inesquecíveis.
Nosso
Django. Passarim
Grande.
Um sopro
O
matou. Do coração.
Os
responsos
De
minha tia
Não
trouxeram de volta
Os meus
pertences
Espirituais.
A fé,
esta,
Onde
está?
Dualidade De que é feita
A
paixão
-
Cegueira tresloucada -
Não nos
foi dito.
O amor,
colóquio,
Não se
mede.
Interregno Mire:
O
coqueiro, afeito ao solo,
Buscando
o céu.
No
mais, são insanas
Verdades
Ou
mentiras ditas veras.
É
possível navegar
No fio
da faca.
Fiar-me
de quê?
Os
deuses são factíveis.
O
ideário do rio
É
o mar. O do
Carrasco
é a dor.
Repare:
De onde
vem tamanho
Sabor
das bagas
Da
graviola?
O graveto
flui,
Reflui
no redemoinho
E é
sorvido pela água.
Ele
somos nós.
É
forçoso dizer:
Os
últimos serão
Os
derradeiros. Quem
Espera
sempre
Cansa.
Que está em cima
Daquele
negócio, menino.
Vai
logo, diacho!”.
Sim,
meu falar
Já foi
antes dito,
Anotado,
bisado, escrito,
Recontado,
reproduzido,
E
poderá ser dito,
Anotado,
bisado...
Dizer a
verdade
Dói
mais que mentir.
Um rio
é inconsútil:
Serpenteia
nossos sonhos,
Impregna
Nossa
secura.
Que
recebemos a dor.
Mas o
bem da casca
De
angico trava.
Daí a
alternância
Bem mal
bem mal bem mal.
É de
pedregulho só.
Será
que fomos
Feitos
desse barro?
Nuvens de pó
E de
garranchos.
Oitos
meses abióticos,
sinistros.
Eu,
pouco, meus
Erros a
mais.
Tentâmen Introspecto sou:
Logo,
especulo,
Filosofo.
Daí
Minha
melancolia.
Do vil
metal
É o
cúmulo.
Ao
reprovar
O
autoritarismo
Da
extrema direita,
Renego
o da
Esquerda.
Elilson
José Batista,
in Inéditos & Afins
Nenhum comentário:
Postar um comentário