Relva. Pedaços de
alumínio. Madeira. Perucas. Tinta. Pedras. Todos os materiais servem para que Levi van Veluw altere a percepção de si
mesmo para os espectadores. Atenção: as imagens que se encontram neste artigo
não recorreram à manipulação digital.
Usando diversas
combinações de materiais, formas, cores e padrões, o holandês Levi van
Veluw manipula fotografias da sua própria cabeça. Jogando com o valor de
cada material, ele dá-lhe um significado completamente diferente, contribuindo
para uma perspectiva invulgar do mundo.
Exibindo
regularmente desde 2007, este artista é também professor de Fotografia, tendo
ganho já prêmios nos IPA International Photo Awards, na Art Interview
Award e na American Photography 23. Todo o seu trabalho assenta no
conceito da sua cabeça como mensageira do seu próprio trabalho e objeto de
transformações e combinações. Dando um ar quase universal ao seu próprio rosto,
o espectador pode identificar-se com o seu trabalho.
É ainda de
realçar que as imagens não são alvo de manipulação digital e, por isso, os
materiais que vemos como cobertura do fotógrafo são reais: ele encontrou
perucas para pôr sobre si mesmo, pedaços de tapete, pequenas pedras, entre
outros materiais. Cada fotografia tem uma história para contar. Por outro lado,
usa a mesma posição em todas as fotografias propositadamente, de forma a que a
imagem humana se torne cada vez menos importante para o espectador e este se
possa focar nos materiais utilizados.
Van Veluw tem
também um conceito diferente de estética: para ele as pequenas imperfeições são
importantes e têm valor estético acrescido ainda pelo facto de os materiais
utilizados se encontrarem fora do seu contexto habitual, da sua zona de
conforto. O objetivo assumido do fotógrafo é alterar a percepção do espectador,
mesmo que de forma limitada e acerca de um assunto de reduzida importância.
Diana Guerra, in obviousmag.org
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