Aos poucos
substitui a compulsão
De ser o tempo
todo alguém ou algo.
Um belo dia –
por algum motivo
É sempre dia
claro nesses casos –
Você abre a
janela, ou abre um pote
De pêssegos em
calda, ou mesmo um livro
Que nunca há de
ser lido até o fim
E então a ideia
irrompe, clara e nítida:
É necessário?
Não. Será possível?
De modo algum. Ao
menos dá prazer?
Será prazer essa
exigência cega
A latejar na
mente o tempo todo?
Então por quê?
E neste exato
instante
Você por fim
entende, e refestela-se
A valer nessa
poltrona, a mais cômoda
Da casa, e pensa
sem rancor:
Perdi o dia, mas
ganhei o mundo,
(mesmo
que seja por trinta segundos).
Paulo Henriques Brito, in Macau
Nenhum comentário:
Postar um comentário