quinta-feira, 29 de março de 2012

O crime do Prof. de Matemática

“Há tantas formas de ser culpado e de perder-se para sempre e de se trair e de não se enfrentar. Eu escolhi a de ferir um cão”, pensou o homem. “Porque eu sabia que esse seria um crime menor e que ninguém vai para o Inferno por abandonar um cão que confiou num homem. Porque eu sabia que esse crime não era punível.”
Sentado na chapada, sua cabeça matemática estava fria e inteligente. Só agora ele parecia compreender, em toda sua gélida plenitude, que fizera com o cão algo realmente impune e para sempre. Pois ainda não haviam inventado castigo para os grandes crimes disfarçados e para as profundas traições.”
Clarice Lispector, in Laços de Família

3 comentários:

  1. Pra meu gosto e é gosto mesmo, que não devo satisfação a crítico literário de tigela vazia, esse é o melhor blog intelectual do Rio Grande do Norte. Consegue ser culto sem ser chato. Erudito sem ser besta e instrutivo sem ser maçante. Poesia é feitura do belo com a língua e não baboseira deslinguada! Pobre RN de medíocres Cânones. Abraço de François Silvestre.

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  2. Olá, amigo François Silvestre, sempre tão generoso para este despretensioso e relegado blog! Domingo, 25/03, o blog completou um ano de existência (fiz uma pequena referência; queria fazer uma grande retrospectiva do blog, que considerei desnecessária - as matérias postadas falam por si só!) e pretendia não mais postar; mas neste post Togo Ferrário me parabenizou e fez elogios ao Rapadura Cult. São atos isolados, porém energizantes, para eu continuar (até quanto?!) sozinho, a plantar, colher, carregar, moer, cozer a garapa e fazer a rapadura. Tudo isso sem nenhum ganho, ao contrário!
    Amigo, pretendo subir a Serra de Martins em julho e seria uma honra encontrá-lo para um bate-papo - ou uma entrevista.
    Um abraço literário antes do literal!
    Elilson Batista

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  3. Me avise. Quero ser seu guia.

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