Quem ainda não conhece São Paulo como a cidade que nunca dorme, onde se encontra de tudo 24 horas por dia? Rejeitada e desejada pelo baiano na música que diz como fica um coração quando cruza a Ipiranga e Avenida São João, o fotógrafo alemão Jochen Weber também desembarcou em Sampa para iniciar-se no caos nosso de cada dia.
Jochen Weber nasceu em Stuttgart em 1963. Porém, pode ser considerado um cidadão do mundo, por onde há vinte anos roda e fotografa seus quatro cantos. Suas câmeras ciganas já registraram muita coisa e muita gente por aí. Já foi inclusive premiado pela National Geographic. Recentemente dispôs-se a capturar o magnetismo caótico da cidade na qual vivem mais de dez milhões de habitantes, o planeta Sampa. Nas imagens vistas do alto temos a percepção exata da sua vivacidade voraz, frenética, 24 horas por dia, que por vezes nos faz notar um de seus edifícios gigantes; nas outras, no meio dos semáforos e buzinas, vemos o ritmo incessante no qual também seus moradores chegam à luz ou às trevas.
Diante da série de fotos intituladas Metrópolis, ficamos fascinados ao ver o retrato eloqüente desta São Paulo antropofágica, um planeta meteoro prestes a nos esmagar.
Sempre conectado à rotação centrífuga/centrípeta de São Paulo, Jochen, na série Copan, também refez o movimento sinuoso que Oscar Niemeyer concebeu para seu edifício colossal e devolveu-o através de três inusitadas mandalas de concreto que abraçam o espectador como uma jibóia ao mesmo tempo em que o envolvem na beleza absoluta de uma imagem abstrata circular, eterna e completa na sua ausência de começo ou fim.
Não é de se estranhar então que esta cidade que tem o dom de acolher e repelir como nenhuma e que, como num caleidoscópio, movimenta-se incessantemente para criar e destruir realidades, receba o olhar atento e sensível de mais um de seus novos cidadãos que a adotou e que por lá já foi adotado com o nome carinhoso de Joaquim.
Rita Barbosa, in obviouismag.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário