Eu,
Senhor de Mim,
Já não me reconheço
O vazio reina soberano
As paixões já não me interessam
Não me consomem
Nem ao menos me percebem.
As alegrias
Não me satisfazem
Não me preenchem
Sequer me surpreendem.
Eu,
Senhor de Mim,
Deixei de amar por engano
Andei errante -
Avulso
Alheio de mão em mão.
Cansado de ser
Resolvi sentir
O destino então cruel
Me confessa insistente
Que já não sou mais
Para o amor
Este por mim
De tanto esperar cansou
Eu,
Senhor de Mim,
Carente
Tristonho
Resistindo à solidão em que me encontro
Me pergunto se foi
A vida que estancou de repente ou
Se sou eu quem está às pressas
Arredio
Confuso
Insaciável.
Eu,
Senhor de Mim,
De tanto ser,
Já não me sou.
Rayane Medeiros, poetisa mossoroense
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