quinta-feira, 7 de abril de 2011


“De fato, nós somos tais que nenhuma coisa desperta nossa admiração tanto quanto um homem forte na desventura. Quando, em Atenas, Aristides estava sendo levado ao suplício, quem quer que o encontrasse abaixava os olhos e gemia, como se tivesse sido condenado não um homem justo, mas a própria justiça; assim mesmo, houve quem lhe cuspisse no rosto. Teria podido sentir indignação, sabendo que ninguém que tivesse a boca pura teria ousado uma tal coisa: ele, ao contrário, limpou o rosto, e sorrindo disse ao magistrado, que o acompanhava: ‘Avise esse tal que de agora em diante não boceje mais tão indecentemente’. E foi esse o melhor modo de se fazer vilania à vilania”.

Sêneca, In Consolação a minha mãe Hélvia

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