“De fato, nós somos tais que nenhuma coisa desperta nossa admiração tanto quanto um homem forte na desventura. Quando, em Atenas, Aristides estava sendo levado ao suplício, quem quer que o encontrasse abaixava os olhos e gemia, como se tivesse sido condenado não um homem justo, mas a própria justiça; assim mesmo, houve quem lhe cuspisse no rosto. Teria podido sentir indignação, sabendo que ninguém que tivesse a boca pura teria ousado uma tal coisa: ele, ao contrário, limpou o rosto, e sorrindo disse ao magistrado, que o acompanhava: ‘Avise esse tal que de agora em diante não boceje mais tão indecentemente’. E foi esse o melhor modo de se fazer vilania à vilania”.
Sêneca, In Consolação a minha mãe Hélvia
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