domingo, 3 de agosto de 2025

Get Back


Get Back
De Paul McCartney e John Lennon

Jo Jo was a man who thought he was a loner
But he knew it couldn’t last
Jo Jo left his home in Tucson, Arizona
For some California grass

Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Jo Jo

Go home

Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Jo

Sweet Loretta Martin thought she was a woman
But she was another man
All the girls around her say she’s got it coming
But she gets it while she can

Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged

Get back, Loretta
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged

Get back, Loretta
Your mommy’s waiting for you
Wearing her high-heel shoes
And a low-neck sweater
Get back home, Loretta

Get back
Get back
Get back to where you once belonged

O lance dos Beatles é o seguinte: éramos uma bandinha danada de boa. Nós quatro simplesmente sabíamos como nos apoiar mutuamente e tocar, e essa era a nossa verdadeira força. Isso tornava ainda mais doloroso pensar que o nosso rompimento era quase inevitável.
Por isso, “Get Back” tem esse aspecto melancólico. A ideia de que você tem que voltar às suas raízes, de que nós, os Beatles, deveríamos voltar a ser como éramos em Liverpool. E as raízes estão incorporadas ao estilo da canção, que é um rock’n’roll sem firulas. Afinal, era exatamente isto que eu achava que deveríamos fazer quando nos separamos: “Get back to where we once belonged”. Voltar para o lugar ao qual pertencíamos e sermos uma pequena banda de novo. Só tocar e de vez em quando fazer um show ou outro.
Os outros caíram na risada – algo perfeitamente compreensível –, porque àquela altura essa não era mesmo uma solução prática. John tinha acabado de conhecer Yoko e claramente precisava fugir para um novo lugar, enquanto eu dizia que deveríamos fugir para um lugar antigo. Reviver os velhos Beatles simplesmente não estava nas cartas. Já era tarde demais para ficar dizendo: não devemos nos esquecer de quem somos e de onde viemos. Na época, o meu sonho era realmente voltar para o lugar ao qual pertencíamos, mas o sonho de John era ir além desse lugar, era ir a algum lugar ao qual ainda não tínhamos pertencido.
Já mencionei como em setembro de 1969 estávamos numa reunião, conversando sobre planos futuros, e John disse: “Bem, não vou fazer isso. Estou saindo. Tchau”. Logo depois, ele estava achando graça e dizendo como isso era mesmo emocionante. É como dizer a uma pessoa que você vai se divorciar dela e então dar risada. É óbvio que na época isso foi extremamente doloroso. Foi como levar um golpe e ir a nocaute. Lá estou eu, estirado na lona, e ele está rindo e dizendo como é bom ter acabado de me nocautear.
Demorou um pouco, mas acho que enfim aceitei a nova situação. Esse era o meu melhor amigo desde minha juventude, o colaborador com quem fiz algumas das melhores canções do século 20 (na modesta opinião dele). Se ele se apaixonou por essa mulher, o que é que eu tenho a ver com isso? Eu não só precisava deixá-lo fazer isso, mas também admirá-lo por fazer isso. Essa foi a posição que enfim alcancei. Não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser aceitar numa boa.

Paul McCartney, em As Letras: 1956 até o presente

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