Get Back
De Paul McCartney e John Lennon
Jo Jo was a man who thought he was
a loner
But he knew it couldn’t last
Jo Jo left his home in Tucson,
Arizona
For some California grass
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Jo Jo
Go home
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Jo
Sweet Loretta Martin thought she
was a woman
But she was another man
All the girls around her say she’s
got it coming
But she gets it while she can
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Loretta
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
Get back, Loretta
Your mommy’s waiting for you
Wearing her high-heel shoes
And a low-neck sweater
Get back home, Loretta
Get back
Get back
Get back to where you once belonged
O lance dos Beatles é o seguinte:
éramos uma bandinha danada de boa. Nós quatro simplesmente sabíamos
como nos apoiar mutuamente e tocar, e essa era a nossa verdadeira
força. Isso tornava ainda mais doloroso pensar que o nosso
rompimento era quase inevitável.
Por isso, “Get Back” tem esse
aspecto melancólico. A ideia de que você tem que voltar às suas
raízes, de que nós, os Beatles, deveríamos voltar a ser como
éramos em Liverpool. E as raízes estão incorporadas ao estilo da
canção, que é um rock’n’roll sem firulas. Afinal, era
exatamente isto que eu achava que deveríamos fazer quando nos
separamos: “Get back to where we once belonged”. Voltar
para o lugar ao qual pertencíamos e sermos uma pequena banda de
novo. Só tocar e de vez em quando fazer um show ou outro.
Os outros caíram na risada – algo
perfeitamente compreensível –, porque àquela altura essa não era
mesmo uma solução prática. John tinha acabado de conhecer Yoko e
claramente precisava fugir para um novo lugar, enquanto eu dizia que
deveríamos fugir para um lugar antigo. Reviver os velhos Beatles
simplesmente não estava nas cartas. Já era tarde demais para ficar
dizendo: não devemos nos esquecer de quem somos e de onde viemos. Na
época, o meu sonho era realmente voltar para o lugar ao qual
pertencíamos, mas o sonho de John era ir além desse lugar, era ir a
algum lugar ao qual ainda não tínhamos pertencido.
Já mencionei como em setembro de 1969
estávamos numa reunião, conversando sobre planos futuros, e John
disse: “Bem, não vou fazer isso. Estou saindo. Tchau”. Logo
depois, ele estava achando graça e dizendo como isso era mesmo
emocionante. É como dizer a uma pessoa que você vai se divorciar
dela e então dar risada. É óbvio que na época isso foi
extremamente doloroso. Foi como levar um golpe e ir a nocaute. Lá
estou eu, estirado na lona, e ele está rindo e dizendo como é bom
ter acabado de me nocautear.
Demorou um pouco, mas acho que enfim
aceitei a nova situação. Esse era o meu melhor amigo desde minha
juventude, o colaborador com quem fiz algumas das melhores canções
do século 20 (na modesta opinião dele). Se ele se apaixonou por
essa mulher, o que é que eu tenho a ver com isso? Eu não só
precisava deixá-lo fazer isso, mas também admirá-lo por fazer
isso. Essa foi a posição que enfim alcancei. Não havia mais nada
que eu pudesse fazer a não ser aceitar numa boa.
Paul McCartney, em As Letras: 1956 até o presente

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