6.
Ó
meus irmãos, quem é primogênito sempre será sacrificado.124 Mas
agora somos nós os primogênitos.
Todos
nós sangramos em secretos altares de sacrifícios, todos nós
assamos e ardemos em honra de velhos ídolos.
O
que temos de melhor ainda é jovem: isso atrai os velhos paladares.
Nossa carne é tenra, nossa pele é somente uma pele de cordeiro: —
como não atrairíamos velhos sacerdotes de ídolos?
Dentro
de nós mesmos ainda habita ele, o velho sacerdote de ídolos,
que assa para banquete o que temos de melhor. Ah, meus irmãos, como
não seriam vítimas os primogênitos?
Mas
assim é nossa maneira; e eu amo aqueles que não querem preservar a
si mesmos. Amo com todo o meu amor aqueles que declinam: pois eles
passam para o outro lado. —
Friedrich Nietzsche, em Assim falou Zaratustra
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