Em
prateleiras etiquetadas da quitanda
jaz
a floresta útil, organizada e civil.
Na
cabeça definha o pomar da infância
simples:
mãe e vizinha, goiaba e abiu.
Sobe
o número de hectares do mundo,
incha
o mapa, exótico: istmos, fiordes.
Mas
o açude do bairro era mais fundo,
o
reino vasto, medido em quarteirões.
Na
cama, uniam-se ao canto dos galos
o
pio do bem-te-vi e do fogo-apagou.
Agora
mal nos vemos e nem cantamos,
o
alarme de incêndio é o que restou.
Ricardo Domeneck, em Cabeça de galinha no chão de cimento
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