Pouquinho
nasceu sem as origens. Era inteirinho um menino, mas vinha mordido
entre as pernas como se algum predador o tivesse buscado na barriga
de nossa mãe. Quiseram muito esconder de mim. Doutor Paulino
inventava ordens para manter minha infância incólume, mas o susto
pelos rostos me explicava que meu irmão nascia aleijado. Eu quis
descer sobre ele como uma casca, uma carapaça, uma casa, uma mãe, e
deixá-lo demorar. Talvez fosse de continuar a nascer mais tarde.
Poderia não ter nascido por completo. Igual às árvores, certamente
deitaria as origens como um fruto quando chegasse à adultez.
Teríamos apenas de esperar. Por outro lado, pensei que, se era por
ali tão vazio, cresceria para ser uma menina. Ia ser seguramente uma
menina. Era preciso prever-lhe um nome de duas vias, deixar que
maturasse nessa liberdade ao invés de obrigar a cumprir o que não
podia ser cumprido. O doutor dizia que nos antigos, em tempos feios,
as famílias paravam os pulmões a estas crias com a palma da mão no
rosto, para que elas fossem nascer directamente no Paraíso. Diriam
às pessoas que nasceram com Deus. Estavam entregues. Bem o pude
escutar desde a cozinha, aninhado no meu colchão para onde me
confinaram. E mais se debatia e mais matança se dizia, e eu sentia
que espiavam entre suas pernas e abriam a boca de espanto, tristeza e
condenação. Miseráveis como os tontos.
As
barrigas das mães não eram para visitas mordedoras. Predadores
dentados não se atreveriam a chegar-lhes perto. As mães são mais
que ferros e mais que tubarões, mais que crocodilos e mais que
dinamites. De todo o modo, o doutor garantia que Pouquinho seria
sempre assim, abreviado. Não daria lugar a muito tamanho. Falaria
fino, ia sofrer como outros aleijados. Certamente triste ou
severamente prejudicado na felicidade. Sua normalidade ia ser
enfermiça, cansada, até desfeando de amargurar e matutar em
demasia. Ia pedir muito remédio e exame. Muita ida ao consultório e
certamente internamento no hospital.
Horas
antes, eu correra nossa encosta abaixo e depois estrada fora até a
Cima da Rocha a buscar o doutor. De tão urgente, eu gritei que era o
santo a nascer, porque as crias eram santas, ou o meu amor por meu
irmão inventava uma expressão assim. Fora instruído para não
sentir ciúme, não magoar com ser preterido. As crias solicitam
tudo, ficam luminescentes nos braços das mães, são corpos celestes
incandescentes que dominam as casas. Quando nasce uma cria, há um
planeta com seu nome onde só sua mãe habita. Eu, no entanto, era
sobretudo sozinho, e a ideia de nos chegar alguém, alguém que seria
dos nossos, feito de nossos rostos, a meias com nossos narizes e
olhos, queixos largos e lábios finos, era a ideia mais incrível,
como se o próprio Deus nos desse visita, nos cedesse pedaço de seu
corpo. E foi como eu gritei a doutor Paulino: Serafim nosso vai
nascer. Um pedaço de Deus. O próprio corpo de Deus que se divide
entre nós. Na nossa casa. O doutor que venha, por favor. Minha mãe
chora e não respira.
O
nascimento de uma cria é negociado pelos deuses num jogo de xadrez.
Deuses, tantos, entre serem bons e serem maus, apostam pela alma que
se inventa e estremecem o chão. Por isso, as mães suspeitam que a
montanha moveu, a casa oscilou, o próprio verão pode abrir uma
tempestade, o mar sobe até às bananeiras. Dá nos abacateiros. No
carro, explicando ao doutor o que era a pressa de nascer, eu contava
que os deuses discutiam tudo agora mesmo. Agora mesmo. E qualquer
gesto que fizéssemos haveria de influir no sentido de ganharem os
bons ou os maus. O homem sorria e sossegava-me. Nasciam mil crias na
ilha, todas tinham propensão para a sorte. Não haveria de ser
Serafim nosso a falhar. E se os muito pobres fossem escolhidos para a
desgraça. Eu perguntava. Que já era a pobreza uma indicação para
sermos desfavorecidos nas graças. Nem que por precaução, valia que
corrêssemos.
Subimos
pelos Falhocas, até ao fundo, onde já não se pode conduzir, e
deitámos pernas às veredas para nos levantarmos na encosta, Buraco
da Caldeira acima e adentro. Carregávamos duas pequenas maletas,
onde se metiam tesouras e outros cortantes que endireitavam as carnes
e as suturavam. Tudo ali era de meter medo. Mas nenhum medo haveria
de me fazer de fraco. Na leveza de meu corpo, habituado a
empoleirar-me para casa, segui bastante adiante, barafustando urgente
para anunciar que chegávamos. Meu pai veio à porta, à vista de
nosso precipício, e imediatamente nos gritou que a cria era nascida.
Era nascida. Saíra da barriga de nossa mãe sumária e toda. Fora
tão naquele instante que faltava cortar o cordão umbilical e talvez
outras estruturas que eu não saberia entender. Podiam ser as coisas
cómodas de ficar por dentro de uma barriga, coisas de um quarto ou
casa que se habita ali encolhidamente. O doutor cortaria tudo com
ciência.
Quando
me precipitei quarto adentro, foi que vi o susto em minha mãe. Se
meu irmão era um planeta onde só ela seria cidadã, meu irmão não
teria atmosfera, seria ainda vulcânico, teria feras à solta que a
caçariam, talvez não tivesse sol por perto, fosse sempre noctívago,
às escuras, afogado, ínfimo, talvez, onde ela não tivesse nem como
sentar. E, como se mostrava a doutor Paulino, eu também vi. Serafim
não tinha senão um corte irregular. Uma marca de algum
desaparecimento que não lhe acabara a masculinidade. Ficara
suspenso, certamente excluído, talvez até morrente, sem destino,
sem mais nada. Foi o que perguntei: ele vive. Doutor Paulino mandou:
caminha daqui, buzico, vai aquecer água. Ordem que só valia para me
ajudar ao espanto. Mas eu espantara sem regresso e começara a fazer
minhas contas para, sem o saber nem saber explicar, salvar a vida de
meu irmão mil vezes mais mil vezes.
Sem
que mo recomendassem, por minhas ganas e em socorro, deitei a boca ao
precipício e apupei a quem pudesse ouvir: uuuuhhhh, nasceu o menino.
Uuuuhhh, nasceu o menino. E pela encosta abaixo, fundo, fundo, até
ao calhau, e mesmo pelo mar e para dentro do mar, para dentro dos
peixes, se fez ouvir minha voz, e toda a vizinhança começou a
levantar-se nas veredas para felicitar Mariinha dos Pardieiros.
Algumas pessoas levariam horas a chegar a nossa casa, tão íngremes
nossas terras, tão absurdamente altas. Bastantes pessoas apupavam de
volta vivas de alegria, tantos vivas de alegria se começavam a ouvir
pela pequena janela do quarto aberta. E minha mãe chorava
confrontada com aquela alegria, e eu pensava que não se podia
debater a matança. Que não podíamos parar de influir no xadrez dos
deuses, porque apenas um Deus nos desengana. Meu pai assomou dizendo:
Paulinho, vem para dentro. Faz silêncio. E eu respondi: pai, o
senhor que me deixe continuar a gritar. Não teremos nunca notícia
melhor para dar ao mundo. E, para criar ainda mais alegria, eu disse:
viemos de carro. No carro de verdade do doutor. Vi à janela as casas
que ficavam para trás como se fossem elas a correr pelas bermas.
Pai, Serafim nosso vai andar de carro um dia, não vai, doutor. Eu
perguntei. Ele vai até ao Funchal e, se calhar, vai a Lisboa.
Haveremos de ir ao país, a ver o país, não vamos, pai.
Com
meu chamado, a primeira a subir foi a senhora Agostinha do Brinco,
cuja casa era descida à nossa. E a senhora Agostinha vinha pela
vereda e já perguntava: Paulinho, é lindo, o teu irmão. E eu
dizia: muito lindo. É gémeo de Deus. E ela entrou em casa, e havia
um gemido pelas bocas dos adultos, confusos, sem conseguirem
acreditar que meu irmão era abençoado. E eu mais folia tinha de
fazer para que fosse abençoado. E a senhora Agostinha, antes ainda
de entender que a cria nascera sem origens, sempre gentil e bondosa,
só dizia coisinhas boas e pela metade. Tudo tão cheio de carinhos
que podia ser feitiço à difícil felicidade.
Como
eu não me calava, boca atirada ao precipício esclarecendo quem
vinha, meu pai me puxou por uma orelha para dentro e me fez doer. Meu
pai imenso, homem limpo, fabricador, tão calmo, puxara por minha
orelha e doera tanto que eu senti que, no xadrez, algum deus mau
fizera uma jogada importante. Eu sofri por isso. Olhei para nosso
menino embrulhado num pano escuro, seu rosto quieto, a pele
encarnada, e temi tanto por ele que poderia também chorar. Pai,
vigie, ele vai ter o nariz, a boca, o queixo, os lábios, tudo a
meias com a gente. Vai ser a meias como nós. Não são assim os
irmãos, senhor, meu pai. Vigie.
A
senhora Agostinha, que tantas vezes me sobrevivia com uma sopa quando
meus pais iam a assuntos distantes e eu medrava à espera,
compadeceu-se de meu ar subitamente desolado e perguntou: gostas de
teu irmão, Paulinho. Gostas. E eu disse: sim, senhora Agostinha. Eu
gosto muito. É o próprio corpinho de Deus. Veio viver com as nossas
pessoas. Então, a mulher perguntou: e estás triste. Eu disse: não.
Estou felicíssimo. E como não haveria de admitir o contrário,
disse com tanta convicção que praticamente gritei: eu estou
felicíssimo. Então, foi que chorei num instante. Um amuo de cinco
segundos que jamais me haveria de distrair do ofício de, de algum
modo, jogar xadrez.
A
partir de então, eu seria conhecido como o Felicíssimo Irmão, o
Felicíssimo. Felicíssimo dos Pardieiros. Irmão de Serafim, que,
por ser abreviado, todos chamariam de Pouquinho. O Serafim do
Pouquinho, ou o Pouquinho dos Pardieiros. Sensível com meu choro,
meu pai me apertou, e eu entendi que ele não tinha maior ciência do
que a de sofrer e esperar. Era escusado pedir-lhe mais. Eu que disse:
vamos crescer muito iguais e fabricar como dez homens cada um.
Levantou-se
à nossa casa a senhora Luisinha do Guerra, devagar e rebrilhando,
porque acontecia de também estar grávida naquela altura.
Escutávamos a senhora Luisinha com devoção, porque os santos
aprendiam por ela a santidade. A gente sabia. Até os milagres se
inspiravam na sua simples normalidade. Tinha muita higiene com Deus.
E ela trouxe umas semilhas e talvez um pouco de posta de atum, algo
que seria uma fortuna para a nossa fome. E minha mãe dizia: senhora
Luisinha, não era preciso. Mas Luisinha era tantas vezes a caridade
de nossa terra. Remediada com sua venda, onde mercava aguardentes e
pesticidas, era tantas vezes a única que podia praticar a caridade
para além de orações e uma palavrinha de piedade. Minha mãe
exclamava: vigie, o que nos havia de se acontecer. E ela respondia:
toda a vida será explicada mais tarde, se Nosso Senhor assim fez,
Nosso Senhor assim o sabe. O que nos compete é a gratidão. Quem é
grato é sempre feliz.
À
porta, espreitando com seus olhos claros, Nhanho, o buzico de senhora
Luisinha, curiosava para tudo, e eu disse: vamos assanhar o fogo, que
meu pai mandou pôr uma sopa. A nossa casa era a mais pobre de todas
do Campanário. Mas havia semilhas e couves, havia cenouras. Meu pai
trouxera dos poios. Demolhara feijão. Era importante cozinhar para
fortalecer minha mãe. E eu cozinhava havia muito. Eu disse: Nhanho,
meu irmão nasceu sem origens. Para seres meu amigo, promete que
nunca vais humilhar ele. Nunca vais humilhar meu irmão. Se não
prometeres, prefiro que caias na Caldeira, que vás embora, nunca
mais te falarei. E Nhanho respondeu: prometo. Coitadinho. E eu disse:
e promete que nunca mais vais dizer que é coitadinho. E Nhanho
perguntou: o que é que posso dizer. E eu respondi: podes dizer bom
dia e olá, podes dizer que está calor e podes rir e até querer
apanhar mais pitangas do que nós. Podes dizer coisas normais. Porque
o meu irmão é todo igual às pessoas normais. Vai crescer assim, e
mais nada. Nhanho disse: e vamos mostrar-lhe os maracujás-banana.
Vai descobrir como são doces e andar-lhes aos beijos como nós.
Assanhámos
o fogo até fascinados com sua violência. Naquela tarde, apetecia
alimentá-lo com fúria. Tanta coisa queimaria, se pudesse.
E
mais vizinhança chegava, e já todos iam sabendo do que era do crio,
indefinido de futuro, arrevesado entre ser menino e purificado para
anjo. Não ia fazer vergonha. Teria um corpo sem desejo, como o das
flores. Por mais belo, bom, educado ou feliz, atravessaria sua vida,
certamente encurtada, como quem exerce a purga sem parar. Pouquinho
ia ser da ordem dos bichos sem malícia, igual aos caracóis ou às
camélias, às borboletas ou aos carvalhos, às ovelhas ou aos
dentes-de-leão. Ia ser tão limpo e sem culpa que haveria de
comparar-se ao valor da paz.
Servimos
sopas e agradecemos muito a quem apareceu. Sorrimos e mais sorrimos
para não desistir. Juntei meu braço à mão de meu pai, tão alto e
tão forte, quis que fôssemos uma só barreira, uma só coisa, para
que soubessem todos como seríamos firmes diante do desafio, porque
ele só aumentava nosso amor. O meu pai que me ensinara. Amamos mais
o que vemos em perigo. Amamos mais quem vemos em perigo. Somos feitos
para aumentar de coração perante a família que sofre. Por vezes,
nem tripas levamos dentro, nem estômago ou rins. Somos tão ocupados
por amar alguém que nenhuma função desempenhamos senão a de amar,
e todo nosso interior é o coração dilatado, esforçado como um
touro jovem que se disfarça em nosso aspecto mais frágil.
Quando
saíram, mais tarde anoitecendo, meu pai calou-se demasiado. Estava
na cadeira diante do espelho e tinha em si mesmo um adversário. Pela
primeira vez o vi assim. O modo como se espiava a si mesmo, medindo
qualquer coisa no seu rosto, na versão imaterial que o espelho
criava, como fantasmagoria ameaçando desobedecer. Pelo que
esperaria, Julinho dos Pardieiros, que pudesse estar por detrás de
seus olhos. Eu perguntava-me. Contaria com a força que deveras teria
ou com a força que pudesse haver em sua cópia perfeita, feita sem
carne nem sangue, feita sem ossos nem calor algum, apenas aquela
ameaça estranha de estar ali tão perto e poder substituí-lo, poder
abatê-lo. Poder vencer na disputa por significar alguma coisa no
gesto seguinte. E se fosse o meu pai no espelho, do lado de dentro do
espelho, quem movesse um dedo de seguida. O primeiro a mover. Nem que
uma ínfima mexida. Só o bastante para comandar o súbito desespero
do meu pai sentado na cadeira velha. Só o bastante para passar a
mandar em tudo. Meu pai via-se para tão longe que só poderia estar
feito de distância.
Escutávamos
a respiração do buzico. Um quase nada gemido igual aos gatos, o
mais pequeno gesto de ar. E assim ficámos. Os meus pais e eu,
ensombrecidos, debruçados sobre o rosto dormente do crio, a sofrer
em busca da alegria até ali tão aguardada.
Perguntei:
mãe, o buzico hoje já dorme no nosso colchão. E minha mãe
respondeu: ainda não. Quando estiver mais satisfeito de ter nascido,
dormirá. Fora sua primeira promessa. Partilharia comigo o colchão
no canto da cozinha. Seríamos companhia assim de perto.
Imaginei
meu irmão como ficaria pequeno em seu casulo de panos, ao meu lado.
Haveria de parecer um ovo ainda por eclodir. E eu esperaria. Deitaria
os braços em seu redor, fechados como um fosso em torno de um
castelo, e esperaria. Nenhum guerreiro atravessaria meus braços.
Nenhum cavalo os poderia saltar. Meus braços seriam como em fogo,
queimariam todas as bestas que ali procurassem pôr o pé. Fariam
mais labareda que os dragões. Seriam tão fundo quanto nossa
Caldeira. Dariam medo a leões e não se trepariam por macacos de
espécie alguma. Nenhuma toupeira ou sequer minhoca escavaria sob.
Não passaria nem vento, nem uma palavra maldita, que eu ali estaria
atento para mandar calar. Meus braços seriam ternos e fortes.
Valeriam mais do que leis, governos ou polícias, contra quaisquer
poderes que quisessem vir depredar nosso santo, esse ouro inacabável.
Os
irmãos, haviam-me explicado, são uma companhia para sempre, para
depois da morte de todos os mais velhos. Quando eu houver de ser
velho também, quando tudo se houver de tornar desconhecido, meu
irmão perdurará. Por meu sangue e por afecto. Perduraremos e
saberemos lembrar e honrar as mesmas pessoas e as mesmas coisas. E
teremos a glória de haver superado o que nos quis abater.
Carregaremos a dignidade de nossa família, seremos tudo quanto
houver de nossos pais e diremos cada palavra como corais, esse
colectivo de gente que conterá sempre Mariinha e Julinho dos
Pardieiros. Para onde formos, seremos muitos. Orgulhosos e muitos.
Nossa boca dirá por todos.
A
senhora Agostinha soprava suas pedras.
Tão
asseada, tão delicada a melhorar o mundo, a senhora Agostinha do
Brinco soprava as pedrinhas e as flores de seu jardim para as
embelezar. Uma a uma. A despedir-se e a desculpar-se pela noite.
Tinha carinho por cada bicho, planta e cada coisa. Mesmo que fosse
algo morto sem vida, aquilo que nunca viveu, ela acreditava ter
serventia para Deus e cuidava. Todas as atenções cuidavam de Deus.
De algum modo, para onde quer que soprasse, era beijo em Deus. E Ele
haveria de saber dela tão bem quanto se evocasse uma prece. Talvez
por ainda esperar um amor, sem amor ela era uma generosidade deitada
ao mundo. Teria alma de algodão. Incidia mansa em todas as coisas.
Cumpria os dias abnegada de emoção.
Eu
pensei que, no seu respirado ténue e baixinho, Pouquinho soprava o
mundo de sua poeira. Fazendo só beleza. Por ser alguém bom. Alguém
muito bom que nos traria o bem.
Acenei
à senhora Agostinha, que nessa noite se entristeceu por nós.
Pratiquei a gratidão. Tive esperança só por isso.
Fui
deitar.
Valter Hugo Mãe, em Deus na escuridão
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