Contei
meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para
frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou
displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já
não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em
reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já
não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de
conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria
do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter
milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me
convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o
milênio.
Já
não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos.
Não gosto de assembleias ordinárias em que as organizações
procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes
organizacionais.
Ricardo Gondim, em Creio, mas tenho Dúvidas
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