A interpretação dos sentimentos é complicada, porque não a queremos fazer simples. Sem tal complicação, muita que cumprimentamos com orgulho – e com um pouco de inveja e outro pouco de temor, também – e a quem deixamos respeitosamente a direita ao cruzar com ela na rua, não teria com que comprar automóveis, nem rádios, nem pingentes para suas esposas; tampouco nós, que somos simples, e não temos automóveis, nem rádio, nem pingentes para os dar, para que queremos complicar as coisas, se quando deixam de ser simples já não a entendemos?
Camilo Cela, em Marcelo Brito
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