Esta
reflexão pode remover o seu desejo pela fama vazia:
Não
mais está em seu poder ter vivido como um filósofo desde o
nascimento, nem ao menos desde a juventude. Para muitos, e até para
você mesmo, é nítido quão distante está da filosofia. Você caiu
em desordem, de modo que não mais obterá a reputação de filósofo
com facilidade. Sua vocação dificulta.
Caso
tenha realmente compreendido o dilema, abandone a especulação
acerca de como será visto pelos outros e se satisfaça caso viva o
resto da sua vida da maneira como a sua natureza desejar. Observe o
que ela quer e não admita que nada o distraia. Você já
experimentou muitas perambulações e não encontrou a felicidade em
nenhum lugar. Não estava nos silogismos, na riqueza, na glória ou
no prazer.
“Então,
onde está?”
Nas
ações adequadas às exigências da sua natureza.
“Como
o homem deve realizá-las?”
Por
meio da posse das convicções onde se originam seus impulsos e seus
atos.
“Quais
convicções?”
Aquelas
que dizem respeito ao bem e ao mal. A convicção de que tudo o que o
torna justo, temperante, viril e livre é bom, e de que tudo que faz
o contrário é mau.
Marco Aurélio, em Meditações
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