A
Day in the Life
Compositores:
John Lennon e Paul McCartney
Artista:
The Beatles
Gravação:
Abbey Road Studios, Londres
Lançamento:
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, 1967
I
read the news today, oh boy
About
a lucky man who made the grade
And
though the news was rather sad
Well
I just had to laugh
I
saw the photograph
He
blew his mind out in a car
He
didn’t notice that the lights had changed
A
crowd of people stood and stared
They’d
seen his face before
Nobody
was really sure if he was from
the
House of Lords
I
saw a film today, oh boy
The
English army had just won the war
A
crowd of people turned away
But
I just had to look
Having
read the book
I’d
love to turn you on
Woke
up, fell out of bed
Dragged
a comb across my head
Found
my way downstairs and drank a cup
And
looking up, I noticed I was late
Found
my coat and grabbed my hat
Made
the bus in seconds flat
Found
my way upstairs and had a smoke
And
somebody spoke and I went into a dream
I
read the news today, oh boy
Four
thousand holes in Blackburn, Lancashire
And
though the holes were rather small
They
had to count them all
Now
they know how many holes it takes to fill the Albert Hall
I’d
love to turn you on
A
influência do rádio nos Beatles não pode ser subestimada. De fato,
você pode pensar no disco Sgt. Pepper como um grande programa
de rádio. E entender o nosso uso de efeitos sonoros como um jeito de
ampliar nosso repertório e alcance. A EMI era uma gravadora tão
abrangente e com tanta diversidade antiga que eles tinham uma
biblioteca de sons no mesmo prédio do estúdio. Se eu quisesse
incluir o canto dos melros-pretos na canção “Blackbird”, era só
localizá-lo no catálogo, fazer o pedido, e alguém ia buscar na
biblioteca e trazia a gravação ao estúdio. Então começamos a
esquadrinhar essa biblioteca, e foi muito libertador.
Uma
das coisas que sempre me intrigou quando criança foi como um
apresentador era anunciado no rádio. Digamos que fosse Ken Dodd, o
grande comediante de Liverpool. Ele chegava dizendo: “Bem”, e
então o público do estúdio dizia “Uau” e caía na gargalhada.
A minha cabeça se incendiava. O que será que ele fez? Baixou a
calça? Fez uma careta? Mostrou sua famosa varinha de cócegas? O que
será que ele fez? Esse mistério me empolgava. Então, eu dizia aos
outros caras: “Vamos usar um som da biblioteca, um som do público
rindo quando ‘o primeiro e único Billy Shears’ é apresentado
para cantar ‘With a Little Help from My Friends’”. Usávamos
esse efeito como Ken Dodd. Realmente gostávamos de excitar a
imaginação.
E
não há força mais poderosa do que a sua imaginação. Com a
televisão e os filmes, está tudo mastigado; você enxerga o visual
da personagem Henrietta Gibbs. No rádio, você cria a sua própria
Henrietta Gibbs. Essa era a grande sacada do Sgt. Pepper.
Tentaram fazer um filme disso, mas não deu certo, porque todo mundo
já tem seu próprio filme.
A
outra grande influência do Sgt. Pepper, que certamente ganha
destaque em “A Day in the Life”, é que naquela época eu ouvia
muita coisa de vanguarda. Stockhausen. Luciano Berio. John Cage –
sabe, a peça silenciosa 4’33’’. Intrigado com tudo
isso, eu queria ter um extraordinário momento instrumental no meio
de “A Day in the Life”. Daí conversei com George Martin, que
fazia o arranjo orquestral. Na mesma linha do coreógrafo Merce
Cunningham, que costumava dizer “puxe-os pelo palco com uma corda”,
aqui a minha instrução foi para que todos na orquestra começassem
com a nota mais baixa em seu instrumento e subissem para a nota mais
alta em seu instrumento, ao longo de um certo número de compassos.
No
dia da sessão, George Martin teve que ensaiar com eles as diferentes
etapas do processo. Julga-se que músicos com formação clássica
não gostam da ideia de improvisação, mas achei interessante a
divisão da orquestra em grupos. A sessão de cordas era como um
grupo de ovelhas: “Se você subir, eu subo junto. Não vou ficar
para trás”. Mas os trompetes e os instrumentos de sopro foram
muito receptivos à ideia de se expandir, talvez porque seja uma
parte meio esquecida da orquestra. Estavam prontos para qualquer
coisa.
Estávamos
mesmo determinados a evoluir e encontrar meios de agregar todos esses
outros componentes ao que era conhecido como música “popular”.
Esta ideia nos atraía: a ideia de ampliar – não só seguir – a
tradição.
Paul McCartney: As Letras – 1956 até o presente
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