Estamos
em noventa era esperada
De
todo o Portugal, e mais conquistas,
Bom
ano para tantos Bestianistas,
Melhor
para iludir tanta burrada.
Vê-se
uma estrela pálida, e barbada,
E
deduzem agora astrologistas
A
vinda de um Rei morto pelas listas,
Que
não sendo dos Magos é estrelada.
Oh
quem a um Bestianista pergunta,
Com
que razão, ou fundamento, espera
Um
Rei, que em guerra d’África acabara?
E
se com Deus me dá; eu lhe dissera,
Se
o quis restituir, não o matara,
E
se o não quis matar, não o escondera.
Gregório de Matos, in Antologia Poética
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