domingo, 1 de outubro de 2023

Laranja Mecânica | Capítulo 3


A gente iequetou de volta pra cidade, meus irmãos, mas quase chegando, não longe do que chamavam de Canal Industrial, a gente videou que o ponteiro do combustível tinha assim despencado, que nem o ponteiro do nosso riso, e o carro estava tossindo, queche queche queche. Não era preocupação maior, que tinha uma estação de trem piscando em azul, acende apaga, acende apaga, bem pertinho. O caso era resolver se se deixava o carro pra ser sobiratado pelos rodzes ou se a gente, estando assim num clima de ódio e assassinato, dava-lhe um bom toltchoque dentro d'água, pra ouvir um plesque gostoso, pesado, alto, antes do fim da noite.
Foi essa última coisa o que a gente resolveu, então saímos do carro, soltamos os freios e nós quatro toltchocamos ele até à beira da água suja, que era assim melado misturado com produto dos buracos humanos, depois um bom toltchoque horrorshow e lá se foi ele. A gente teve de pular pra trás, de medo que a sujeira respingasse nas nossas pletes, mas lá se foi ele, splusssssshhhh e glolp, lindo, pela água abaixo. “Adeus, drugue velho”, exclamou Georgie e o Tapado saudou com uma boa gargalhada de palhaço, “hu hu hu hu”.
Então a gente foi até a Estação pra andar uma parada só, até o Centro, como chamavam o meio da cidade.
Pagamos as passagens bonitinho e ficamos esperando como cavalheiros na plataforma, o Tapado brincando com as máquinas de flíper, os cármans cheios de moedinhas malenques, e prontos a distribuir, se fosse preciso, barras de chocolate aos pobres e famintos, se bem que não houvesse nenhum à vista, e ai o velho expresso rápido chegou lenhando e subimos a bordo, o trem parecendo estar quase vazio. Pra passar os três minutos da viagem, a gente começou a traquinar com o que chamavam de estofamento, arrancando horrorshow uns belos pedaços das tripas dos assentos oTapado dando correntadas na ocno até que o vidro estilhaçou e rebrilhou no ar de inverno. Mas nós estávamos muito cansados, irritados e de saco cheio, que a noite tinha sido de algum dispendiozinho de energia, meus irmãos, o Tapado, que nem o animal palhaço que era, continuou muito alegrinho, mas muito sujo e com muito vone de suor, que isso era uma coisa que eu tinha contra o Tapado. Saltamos no Centro e voltamos lentamente pro Leite-bar Korova, todos fazendo iaaaaaaá um malenquezinho e mostrando à lua e às estrelas e aos lampiões as nossas obturações de trás, porque nós éramos ainda maltchiques em idade de crescimento e tínhamos colégio durante o dia, e quando chegamos ao Korova encontramos ele mais cheio do que quando a gente tinha saído de lá, mais cedo. Mas o tcheloveque que borborejava no barato do leite com sintemesque ou coisa que o valha estava lá na mesma, dizendo “Ouriços de atirados mortos no ca-me-minho glio temo platônico nascetempo”. Era provável que aquela fosse a sua terceira ou quarta dose naquela noite, porque estava com aquele aspecto pálido e inumano, como se tivesse virado uma coisa e seu rosto fosse assim um pedaço de giz esculpido. Realmente, se ele queria passar tanto tempo viajando, devia ter ido pra um dos cubículos reservados, nos fundos, e não ter ficado no méssito principal, porque ali, um ou outro dos maltchiques podia ficar traquinando com ele um malenquinho, se bem que não demais, porque tinha muito leão-de-chácara parrudão malocado lá dentro do velho Korova pra liquidar com qualquer bagunça. Bom, mas o Tapado conseguiu se espremer até o lado do veque e com o bocão de palhaço aberto, mostrando até a campainha pendurada no fundo da goela, deu uma pisada no pé do veque, com o seu saboguezão imundo. Mas o veque, meus irmàos, não sacou nada, que ele já estava muito acima do corpo
Eram nadsats, principalmente, leitando, tomando coca-cola e traquinando por ali mesmo (nadsats era como a gente se chamava, os adolescentes dos treze aos dezenove), mas tinha alguns dos mais estarres, tanto veques quanto tchinas (mas não burgueses, eles nunca), rindo e govoritando no bar. Percebia-se, pelos seus penteados e escanhoados e pelas pletes largas (grandes sueteres de fio grosso, principalmente), que eles tinham estado ensaiando no estúdio de TV, dobrando a esquina. As devotchecas que estavam com eles tinham aqueles litsos muito vivazes e rotes escancaradas, muito vermelhas, mostrando uma porção de dentes, esmecando muito e não ligando pra este mundo malvado nem um tiquinho. E ai o disco do estéreo parou de buzinar. Era um cócheca rusqui cantando Só Dia Sim, Dia Não e, no intervalo, no curto silêncio antes que começasse o seguinte, uma das tais devotchecas – muito bonita e com um sorriso largo na rote vermelha, já nos seus trinta e muitos anos, eu diria – saiu-se com uma ligeira cantoria, só um compasso e meio e como se estivesse dando um exemplo de alguma coisa de que estivesse govoritando, e foi assim por um momento, ó meus irmãos, como se um grande pássaro tivesse entrado voando no leite-bar, e eu senti todos os malenques pelinhos do meu plote ficarem esticados ate a ponta e os arrepios fervilhando devagarinho como lagartixas malenques e depois descendo. Porque eu sabia o que e que ela estava cantando. Era uma opera de Friedrich Gitterfenster chamada Das bettzeug, e era o trecho em que ela está dando o último suspiro com a garganta cortada, e os eslovos que ela canta são “Melhor assim, talvez.” Pois bem, eu fiquei arrepiado. Mas o Tapado, assim que esluchou essa lasca de melo dia, como um lontique de carne vermelhona despejado no teu prato, soltou uma de suas vulgaridades, que no caso consistiu de uma trombetada labial, seguida de um uivo de cachorro seguido de dois dedos furando o ar seguidos de uma gargalhada de palhaço. Eu me senti todo em febres e assim me afogando em sangue vermelhão ao esluchar e videar a vulgaridade do Tapado, e disse: “Escroto! Porco nojento sem educação!” e me estiquei passando pela frente de Georgie, que estava entre eu e o horroroso do Tapado, e punhei o Tapado escorre na rote. O Tapado pareceu ficar muito surpreendido, de rote aberta, limpando o crove do guber com o ruquer e olhando alternadamente pro crove vermelho que brotava e pra mim. “Por que que foi isso?”, disse ele com aquele seu jeitão ignorante. Pouca gente videou o que eu tinha feito e quem videou pouco ligou. O estéreo estava ligado de novo e tocava uma véssiche de guitarra eletrônica muito desagradável. Eu falei:
Porque você é um escroto sem educação e sem um pingo de noção de como se comportar em público, ó meu irmão.
O Tapado botou uma cretina duma cara feia de mau, dizendo: - Eu não gosto que você tenha feito que nem fez. E não sou mais teu irmão e nem queria ser. - Tinha tirado um tachetuque ranhento do bolso e estava limpando o jorro vermelho atarantado e olhando pra ele sem parar, franzindo a testa como se estivesse pensando que sangue era pros outros, não pra ele. Era como se ele estivesse cantando sangue pra se desculpar pela sua vulgaridade, quando a tal devótcheca estava cantando música. Mas a devótcheca agora estava se esmecando, ha ha ha, com os seus drugues no bar, a rote vermelha funcionando e os zubes brilhando, sem ter notado a sórdida vulgaridade do Tapado. Na realidade, era a mim que o Tapado tinha ofendido. Eu falei:
Se você não gosta disso e não queria aquilo, já sabe o que tem a fazer, irmãozinho.
Georgie disse, de um modo brusco, que me fez olhar pra ele:
Tá bom, não vamos começar!
Isso é aí com o Tapado – disse eu. – O Tapado não pode continuar a djísene inteira como se fosse uma criancinha. – E olhei duro pro Georgie. O Tapado disse, e agora o crove vermelho estava diminuindo o fluxo:
Que direito é que ele tem de pensar que pode me dar ordens e me toltchocar quando estiver a fim? Os iarbos, é o que eu digo pra ele, e arranco os glazes dele com a corrente, de estalo.
Olha lá, - disse eu tão baixo quanto podia, com o estéreo quicando em todas as paredes e no teto e mais o veque no barato atrás do Tapado agora falando alto, “Centelha mais próximo ultótimo.” Eu disse: – Olha lá, ó Tapado, se continuar em vida tu desejas.
Os iarbos – disse o Tapado zombando. – Um bolche monte de iarbos pra você. O que você fez ainda agora não tinha o direito. Eu te enfrento na corrente, na noje e na britva a qualquer hora. Que não tem razão pra você ficar me dando toltchoques sem razão. Não deixo não
Uma parada de noje quando você quiser – rosnei eu de volta. Pete falou:
Ih, não façam isso, vocês dois. Nós somos drugues, não somos? Não está certo drugues ficarem se tratando assim. Olha lá, tem uns maltchiques boquirrotos ali esmecando da gente, assim zombando. Não vamos relaxar.
O Tapado – disse eu – tem de aprender o lugar dele, certo?
Espera aí – disse Georgie. – Que negócio é esse de lugar? E a primeira vez que eu ouço falar que as líudes têm que aprender o lugar delas.
Pete falou: – Verdade seja dita, Alex, que você não devia ter dado esse toltchoque no Tapado sem motivo. E a primeira e última vez que eu vou dizer isso. Digo com todo o respeito, mas se fosse em mim que você tivesse dado, ia ter que se explicar. Não vou falar mais nada. – E afogou o litso no copo de leite.
Eu estava me sentindo ficar todo rasdraz por dentro, mas tentei disfarçar dizendo calmo: – Tem que haver um chefe. Disciplina tem que haver. Certo? – Nenhum deles esquezetou uma palavra, nem sequer concordou com a cabeça. Eu fiquei mais rasdraz por dentro, porém mais calmo por fora. – Eu – disse – estou com esse cargo já há muito tempo. Nós somos todos drugues, mas alguém tem que ter esse cargo. Certo? Certo? – Todos eles concordaram assim cautelosos. O Tapado estava osuchando o último resto do crove. Aí, era o Tapado quem falava agora:
Certo, certo. Tá legal. Um pouco cansado todo mundo está. Melhor não falar mais nada. – Eu fiquei surpreso e só um malenquinho pugle de esluchar o Tapado govoritar com tanta sabedoria. O Tapado falou: – O caminho certo agora é o caminho da cama, então o melhor é ir pra casa. Certo?
Eu estava muito surpreendido. Os outros três inclinaram a cabeça dizendo certo, certo, certo. Eu falei:
Você entenda aquele toltchoque no rote, Tapado. Era a música, sabe? Eu fico que nem bezúmine quando qualquer veque atrapalha uma ptitsa que estiver cantando. O negócio é esse.
Melhor a gente ir indo pra casa puxar uma espátcheca – disse o Tapado. – Foi uma noite muito comprida pra maltchiques que ainda estão crescendo. Certo? – Certo, certo, concordaram os outros dois. Eu disse:
Eu acho que é melhor a gente ir pra casa agora. O Tapado deu uma sugestão muito horrorshow. Se a gente não se encontrar durante o dia, ó meus irmãos, então... mesma hora e mesmo lugar amanhã?
Ah, sim – disse Georgie. – Acho que se dá um jeito.
Talvez – disse o Tapado – eu chegue um malenquinho atrasado. Mas, mesmo lugar e mais ou menos mesma hora amanhã, claro. - Ele estava limpando o gúber, se bem que agora não estivesse mais escorrendo crove. – E disse ele – é de se esperar que não tenha mais nenhuma ptitsa cantando aqui dentro. – E soltou a sua velha gargalhada de Tapado, um baita ho ho ho ho ho de palhaço. Parecia que ele era tapado demais pra se sentir ofendido demais.
E assim, nós saímos, cada qual pro seu lado, eu arrotando arrrgh a coca gelada que tinha pitado. Minha britva de degolar esta à mão pro caso de algum dos drugues do Billyboy estar por perto do prédio de apartamentos esperando ou, por falar nisso, qualquer das outras bandas, ou grupas, ou chaicas que, de tempos em tempos, estavam em guerra com uma delas. Eu morava com meu papá e minha mamã, num dos apartamentos do Edifício Municipal 18-A, entre a Kingsley Ave nue e o Wilsonsway. Cheguei até à porta principal sem problemas, se bem que tivesse passado por um jovem maltchique esparramado numa sarjeta, critchando e gemendo, todo cortado que estava uma beleza, e também vi, à luz do poste, riscos de sangue aqui e ali, como assinaturas, meus irmãos, das traquinagens noturnas. E vi também, perto do 18-A, um par de nijenes de devótcheca, sem dúvida arrancadas rude mente no calor do momento, ó meus irmãos. Então, pra dentro. No corredor de entrada estava, no muro, a indefectível pintura municipal - veques e ptitsas muito bem desenvolvidos, austeros na dignidade do trabalho, nas bancadas e nas máquinas, mas sem nem um fiapo de pletes nos plotes bem desenvolvidos. Mas, naturalmente, alguns maltchiques moradores do 18-A tinham, como era de se esperar, embelezado e decorado a dita pinturona com hábeis lápis e esferográficas, acrescentando pentelhos, picas duras e balõezinhos com eslovos feios saindo das dignas rotes dos tais veques e tchinas nagóis (nus, quero dizer). Eu me dirigi ao elevador, mas não foi preciso apertar o nopca pra saber se estava funcionando ou não, porque ele tinha levado um toltchoque horrorshow naquela noite, as portas de metal estavam todas amarrotadas, realmente um feito de rara força, portanto eu tive de subir os dez andares.
Eu xingava e ofegava enquanto subia, que eu estava cansado de plote, mas de cuca nem tanto assim. Eu queria muito ouvir música naquela noite, aquela devótcheca do Korova, cantando, talvez tivesse me ligado. Eu queria assim um banquete de música antes de carimbar o passaporte, ó irmãos, na fronteira do sono e que a cheste listrada levantasse pra me deixar passar.
Abri a porta do 10-8 com a minha própria clutchinha e dentro dos nossos alojamentos malenques estava tudo silencioso, pê e eme estavam anos na sonolência e mãe tinha posto uma amostra melenque de jantar - um par de lontiques de almôndegas em lata com umas fatias de clebe com manteiga e um copo de moloco. Ho ho ho, o moloco velho sem facas nem sintemesque nem dencrom dentro. Que droga, meus irmãos, o leite, tão inocente, tinha agora que me aparecer sempre. Mas bebi e comi grunhindo, que eu estava com mais fome do que pensava antes de começar, e apanhei torta de fruta no guarda-comidas e arranquei punhados pra enfiar na minha rote ávida. Depois, limpei os dentes estalando a língua e limpei a rote com a iãzique, depois fui pro meu quartinho ou estúdio, afrouxando as pletes no caminho. Lá estavam minha cama e meu estéreo, o orgulho da minha djísene, e meus discos no armário, as bandeiras e as flâmulas nas paredes, essas sendo assim lembranças da minha vida na escola correcional, desde os onze anos de idade, ó meus irmãos, cada uma delas brilhante e brasonada, com um nome ou um número: SUL 4;DIVISÃO AZUL DA ESCOLCOR METRO; OS RAPAZES DE ALFA.
Os pequenos alto-falantes do meu estéreo estavam todos instalados em volta do quarto no teto nas paredes, no chão, por isso, deitado na cama esluchando a música, eu estava assim como que refestelado no meio da orquestra. Bom, o que eu estava pensando em primeiro lugar era no novo concerto para violino do americano Geoffrey Plautus, executado por Odysseus Choerilos com a Orquestra Filarmônica de Macon (Geórgia), portanto eu tirei o disco de onde estava, cuidadosamente guardado, liguei e fiquei esperando.
Então, irmãos, começou. Ah, bênção, bênção dos Céus! Fiquei deitado, completamente nagói, olhando pro teto, o gúliver sobre as mãos no travesseiro, os glazes fechados, a rote aberta em beatitude, esluchando o esguicho de lindos sons. Ah, era o belo e a beleza feitos carne. Os trombones mastigavam ouro debaixo da minha cama, por detrás do meu gúliver, os trompetes lançavam chamas de prata em três direções e lá, perto da porta, os tímpanos rolavam por dentro das minhas tripas e tornavam a sair, mastigados como um torrão de trovão. F então, como um pássaro do mais raro tecido de metal celeste, ou como vinho prateado escorrendo numa espaçonave, a gravidade transformada agora em absurdo, veio o solo de violino, por sobre todas as outras cordas, e essas cordas eram como que uma gaiola de seda em volta da minha cama. Depois, a flauta e o oboé perfuraram, como se fossem vermes de platina, o espesso, espesso torrão de ouro e prata. Pê e eme, no quarto de dormir ao lado, já tinham aprendido a não bater na parede se queixando do que chamavam de barulho. Eu tinha ensinado a eles. Agora eles tomavam pílulas pra dormir. Talvez sabendo da alegria que eu sentia com a minha música noturna, eles já deviam ter tomado. Enquanto eu esluchava, meus glazes bem apertados pra trancar do lado de dentro a beatitude que era melhor do que qualquer Bog ou Deus de sintemesque, eu via imagens tão lindas. Tinha veques e ptitsas, tanto jovens quanto estarres, caídos no chão, gritando por misericórdia, e eu esmecando com a rote inteira e moendo os litsos deles com a bota. E tinha devótebecas rasgadas e critchando contra as paredes e eu metendo nelas como uma chilaga e, realmente, quando a música, que tinha só um movimento, chegou ao topo da sua torre mais alta, então eu gozei e esporrei e gritei aaaaaaaahhhhh de beatitude. E a linda música deslizou para o seu término cintilante.
Depois disso, eu ouvi um lindo Mozart, a Júpiter, e vi novas imagens de litsos diferentes sendo jogados ao chão e esmagados, e foi depois disso que eu achei que devia ouvir mais um último disco, antes de atravessar a fronteira, e eu queria alguma coisa estarre, forte e muito firme, e foi J. S. Bach que eu ouvi, o Concerto de Brandenhurgo só pra cordas médias e graves. E, esluchando com uma beatitude diferente da anterior, eu videei de novo aquele nome no papel que eu tinha rasrezado naquela noite, parece que há muito tempo, naquela casinha chamada LAR. O nome falava de uma laranja mecânica. Esluchando o J. S. Bach, eu comecei a poniar melhor agora o que aquilo queria dizer e achei, esluchando a perfeita lindeza do estarre mestre alemão, que eu devia ter toitchocado ambos muito mais forte e rasgado eles em tiras, no próprio chão deles.

Anthony Burgess, in Laranja Mecânica

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