A
facilidade de comunicações acabou com esses tanques em que
floresciam as diferentes culturas. Quando antes se olhava o
mapa-múndi e via-se cada país de um colorido diferente, podia-se
tomar isso ao pé da letra. É verdade que o mundo continuou a ser
uma colcha de retalhos; mas são todos da mesma cor. Bombaim, Roma,
Tóquio, que se escondiam, cada um com seu peculiar mistério, nos
compartimentos estanques da sua própria civilização, agora, a
julgar pelos filmes, estão perfeitamente padronizados,
universalizados.
E,
no mundo de hoje, para desconsolo dos descendentes de Sindbad e de
Marco Polo, a única cor local das cidades famosas são os turistas.
Mário Quintana, in Caderno H
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