Eu
comia um feijão por ali mesmo na Saúde, e subia a ladeira pra levar
e dar porrada na Zuleika. Nós nos amávamos loucamente. A verdade é
que no meio da ladeira eu já estava em ereção total. Andei um
tempão encucado: será que amo Zuleika loucamente ou sou chegado a
transas sado-masô? A gente brigava pra cacete. Levei pontos, botei
gesso, mandei minha flor pro CTI do Souza Aguiar... Com o tempo, a
paixão arrefeceu, a porrada foi diminuindo, mas continuei
freqüentando a área da saúde da Zuleika com o mastro mais
embandeirado que aquele de Brasília. Temi que as garras bestiais do
sexo me mantivessem acorrentado à Zuleika para sempre. Rezei reza à
beça, fiz uma promessa, segui procissããããoooo, e nada.
Um
dia, Zuleika, meu grande amor na área da Saúde veio a falecer por
problemas na área da saúde. Um camundongo, disfarçado em
administrador de emergência, infiltrou-se na operação de períneo
dela. O Estado custeou as exéquias e mandou uma coroa, Dona Lindalva
Bastos Armendáriz, uns 48 anos, base do PDT no cemitério do Caju.
Tornamo-nos íntimos, atrás do anjo de um jazigo perpétuo, mas não
atingi o grau de ereção necessário pra molhar o biscoito. Lindalva
também foi um anjo:
– Isso
acontece, nego. Teu estado emocional tá prejudicando o badalo. Não
vamos nos dispersar. Fica com meu endereço: Ladeira dos Tabajaras,
17, apartamento 1001.
Foi
só ela falar e eu tive um orgasmo. Ah, abismos insondáveis da
sexualidade! Eu não amava Zuleika! Eu tenho tesão em ladeira.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
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