Conheci
Carla catando lata
Seus
olhos brilhavam como alumínio ao sol
São
Paulo ardia num calor de quase
quarenta
graus
Pisou
na lata como pisam os policiais
Nos
internos da Febem
Jogou
no saco
Com
a precisão que os internos jogam
monitores
dos telhados
E
rápido foi embora
Tal
qual sequestro relâmpago
Deixando
a lembrança
De
um tempo que não havia sequestros,
Febem
Nem
tanta polícia
Muito
menos catadores de lata
Os
olhos de Carla
Nem
desse poema precisavam.
Miró da Muribeca
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