Guinga
me contou a história de um temível bandido, lá pros lados de
Cascadura, que desmunhecava com uns goles de pau-pereira. Aos
capangas que, no maior grilo, topavam o sacrifício, pedia:
– Faz
isso comigo não.
Se
os caras, acovardados, ameaçassem parar, gemia:
– Faz
isso comigo não.
Igualzinho
o caso do morenaço da Saúde, esposa do Francês. Salta de carros
diferentes na esquina, é o assunto das comadres invejosas. O marido
ameaça matá-la em defesa da honra. Ela, teatral, implora:
– Faz
isso comigo não.
E
ele, com ligeiro sotaque:
– Ton
ce non fé-mé-ziss comig non.
Lágrimas.
Reconciliação. Até a próxima sexta.
Assim
também ama e padece a classe média carioca.
Tomando
emprestada a ideia-ensaio de Wilson Coutinho, Papai Brizola se
lamenta com ares de Rigoletto. Tio Covas, vivido e elegante, fuma seu
cachimbo. Ela, tadinha, não sabe se dá pro playboy de moto ou pro
tomeiro-mecânico de sandália havaiana.
Vai
doer de qualquer maneira.
E
só restará a ela, com a cenoura firmemente entalada, suplicar a uns
e outros, enquanto revira os olhinhos:
– Faz
isso comigo não…
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
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