terça-feira, 13 de setembro de 2022

Sentado, a reler o Rei Lear

Ó romance de linguagem dourada, com sereno alaúde!
Bela Sereia emplumada, Rainha dos confins!
Deixa a melodia neste dia de inverno,
Cerra as velhas páginas, e te cala.
Adeus! Novamente, contenda feroz
Entre a maldição e o barro apaixonado
Devo abrasado passar; provando humilde mais uma vez
O agridoce desta fruta Shakespeariana.
Poeta maior! E vós nuvens de Albion,
Geradoras de nosso profundo e eterno tema!
Quando atravessar a antiga Floresta de carvalhos,
Não me deixeis divagar num sonho estéril,
Mas, quando no fogo me consumir,
Dai-me novas asas de Fênix para que voe a meu desejo.

John Keats, in Nas invisíveis asas da poesia 

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