Eu
quero a fotografia,
os
olhos cheios d’água sob as lentes,
caminhando
de terno e gravata,
o
braço dado com a filha.
Eu
quero a cada vez olhar e dizer:
estava
chorando. E chorar.
Eu
quero a dor do homem na festa de casamento,
seu
passo guardado, quando pensou:
a
vida é amarga e doce?
Eu
quero o que ele viu e aceitou corajoso,
os
olhos cheios d’água sob as lentes.
Adélia Prado, in Bagagem
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