quinta-feira, 24 de março de 2022

Mabel e o espelho

 


Ite, missa, est!
Rômulo sorriu dentro do seu costumeiro sadismo. Os olhos de Ricardo o observaram estranhamente. Roberto seguiu o efeito da frase de mau gosto olhando os olhos espavoridos da mãe. O ambiente era insuportável, mas ninguém poderia se afastar daquela lúgubre reunião.
Roberto circunvagou os olhos pela sala fechada. Fechada como se encontravam todas as dependências da casa. Custava a se acostumar com o momento. Se ficasse sozinho parecia ouvir o tiro repercutindo em cada parte, descendo pelas paredes, nos degraus da escada, esvoaçando as cortinas.
O tiro partira de cima. Todos correram ao mesmo tempo. Um único tiro, cavo, cavernoso... Viera do escritório. Bateram violentamente, mas a porta se encontrava cerrada por dentro. Era ele. Chamaram pelo pai. Nenhuma resposta. Duro se tornava arrombar a porta, mas conseguiram. O pai estava lá. Caído sobre o tapete, o rosto envolto em um lago de sangue. Um sangue ainda escorrendo. Apoiara a arma na boca e o tiro arrancara o tampo da cabeça. O corpo ainda arfava, mas não demorou muito. A passagem durara menos do que apagar as manchas de sangue no tapete.
A realidade do porquê apareceu aos poucos. A realidade caiu na família com a violência de um tornado.
A polícia. A humilhação da carta escrita. O velório, o enterro e agora a missa do sétimo dia.
Ite, Missa est!
Ao diabolismo de Rômulo só faltava acrescentar a velha piada: Coca Cola is the best!
A mãe empalidecia a cada fala de Rômulo, mas tocava a ele decidir a sorte da família. Mabel sentara-se desanimada numa poltrona. Dava a impressão de que a mãe aproveitava os últimos momentos de coisas que ainda poderiam ser utilizadas.
Tia Clarissa sentara-se junto a Mabel e tomara-lhe as mãos como se quisesse servir de algum apoio. Mesmo assim a própria tia não deixava de suspirar, arfando o busto negro, envolvido pelo desespero do luto.
Não há de ser nada, querida.
Falava por falar, sem nenhuma convicção. Tragédia não fora a morte do morto, mas a tragédia que resultaria daquela morte, o que viria depois.
Rodolfo, elegantemente trajado até nos seus momentos de luto, estava livre de quase todos os vexames que a família passaria. Primeiro, porque morava em Petrópolis, casado com mulher rica e afastado de um certo modo das garras maldizentes da sociedade. Certamente ajudaria Mabel como já se prontificara. Finda a reunião, beijaria Mabel e voltaria aos seus interesses, quase que indiferente, como se esperasse por tudo aquilo que viria aos seus.
Rômulo contornou a secretária, sentou-se e ficou como que hipnotizando, com a sua figura fantasmagórica, os rostos que o observavam.
Tirou os óculos do bolso e um papel cheio de anotações.
Leu os itens um por um e, findos estes, rasgava um pedaço e atirava-o no chão.
Primeiro: dispensar a criadagem. Depois, venda dos carros. Em seguida, venda da casa já hipotecada. Venda de tudo para pagar dívidas. – Dívidas e mais dívidas. E nada sobrava. Nada. – Talvez sobre um pouco e isso penso eu...
Fez uma pausa para ver se havia alguma dúvida e, como ninguém contestasse, continuou.
Findo tudo isso, sobram uns miseráveis tostões que dão para comprar uma casinha modestíssima no subúrbio.
Tia Clarissa sentiu-se arrepiada ao ouvir pronunciar aquela palavra. Já tinha resolvido. Não acompanharia Mabel. Nunca. Preferia morar em casa de Rodolfo, ser criticada pelos sobrinhos, mas morar num lugar decente. Mesmo sabendo que a altitude lhe faria um mal imenso ao coração e outras mazelas. Preferível morrer logo, mas bem, do que se sujeitar à humilhação e sujeira do subúrbio.
Consegui com um amigo comprar em pequenas prestações uma casa em Bangu. Uma casa bem longe, onde ninguém saiba mais de nossas vidas. Onde ninguém comente o acontecido nem nos humilhe com a piada ou as indiretas. Não ficaremos com coisíssima alguma. Móveis, tapetes, cortinas, tudo isso: babau!... Certo? Alguma sugestão mais prática?
Tirou os óculos e olhou a mãe longamente. Do jeito que olhou, falou lentamente.
Não a abandonarei, Mabel.
Mabel tirou um lenço e limpou as lágrimas.
Ricardo, duro e impassível, acrescentou a sua adesão.
Eu também. Na certa, Roberto nos acompanhará.
Então, tudo resolvido, Mabel. Seremos quatro numa casinha de três quartos. Ricardo e Roberto ficarão juntos. Um quarto para você e outro pra mim, que não sei dormir em companhia de ninguém. Como é sabido, ronco muito. Mas nos acostumaremos à nova vida. Não há outra saída. Eu já arranjei um emprego escondido no Laboratório Silva Araújo. Ricardo e Roberto continuarão no banco e viveremos apertados no começo. Depois, quem sabe? Talvez até possamos pagar uma empregada para lavar e cozinhar.
Mabel ficou um momento pensativa, espiando para as meias negras e os negros sapatos. A realidade não tinha outra alternativa. Gustavo sempre fora assim. Fraco de caráter. Nos últimos meses até as suas joias tinham sido reduzidas pela metade do preço. Só nos últimos tempos é que lançara a situação face à família. Estavam completamente arruinados. A fábrica falira. O dinheiro jogado fora por todos não tinha recuperação. E agora? Só o futuro e talvez Deus, a quem não ligara muito na vida, pudessem responder...
Para espanto de todos, roçou os pés um no outro e retirou os sapatos. Depois, num gesto surpreendente, suspendeu o vestido e afrouxou as ligas. Devagarzinho enrolou a meia da perna esquerda e jogou-a no chão. Repetiu o mesmo com a outra meia. Mexeu os dedos exercitando-os e levantou-se completamente descalça.
Por um momento existiu um clima de preocupação. Mas o rosto de Mabel tornara-se calmo, apesar da palidez, das olheiras e dos lábios despidos de batom. As rugas aumentavam mais, assim como se tivessem também descoberto a realidade da própria realidade.
Vou me despedir. Vou começar a me desligar das coisas.
Tia Clarissa levantou-se para acompanhá-la, mas Mabel declinou da sua companhia.
Eu prefiro fazer tudo isso sozinha. Obrigada. Muito obrigada.
Descalça, caminhou pelos tapetes persas e saiu da sala. Subiu lentamente a escadaria. Chegou até o quarto dos rapazes e olhou cada coisa sem pressa, compridamente. A desordem do quarto de Rômulo contrastava com a organização dos outros dois filhos. Pobre Ricardo. O seu casamento com Lenita seria desfeito. O namoro quase firme de Roberto iria por água abaixo. Tudo perdido. Retornou ao hall e penetrou na sala de armas de Gustavo. Tudo ainda completo. Faltava apenas o revólver que a polícia levara como prova... Não sentiu mais que uma pequena emoção ao analisar certos fatos que já analisara junto ao corpo morto e na hora da missa do sétimo dia. Não sabia se se acostumara à presença de Gustavo ou se sofrera sua perda por ser apenas o pai dos seus filhos. Com a idade, apenas se aproximavam num momento de doença ou de uma obrigação social. Da sala de armas foi direto ao escritório. Ali estava o tapete. Gustavo! Gustavo! Até a herança do seu pai fora de embrulho nos negócios malparados do marido. O tapete guardava uma mancha desbotada, quase amarela. Atravessou o quarto de vestir. Parou um pouco, observando docemente a banheira, a ducha, o sabonete, as toalhas felpudas, até os sais de banhos. O que viria em substituição àquilo tudo? Sorriu. Depois então, o quarto. Acendeu as luzes, mas não teve coragem suficiente para descerrar as cortinas. As cortinas se remexeram como se o tiro tivesse se repetido. Ainda bem que iria para longe de todas aquelas recordações. Fugiria dos fantasmas da lembrança e só algum mais teimoso e sádico se arriscaria a penetrar num subúrbio longínquo. O subúrbio. A nojeira desumana de um mundo que conhecia apenas por crimes de jornal ou algum comentário sem importância. A casa – como seria, meu Deus? – A rua descalça, poeirenta e quente. E um povo que nem conhecia direito. Talvez apenas um contato com uma empregada que nem chegara a demorar por não estar habituada ao seu modo de viver. Agora, tocava a ela viver ao modo deles. Abriu os armários e vestidos mortos de todas as cores jaziam pendurados. Cada vestido era um sonho morto. Deveriam, segundo Rômulo, ser vendidos para outros corpos que ainda vivessem. Fechou as portas com uma certa mágoa. Sentou-se na cama macia e balançou o cansaço da caminhada. Observando ainda os pés desnudos. Alisou a cama com carinho. Nela conhecera o primeiro amor carnal. A primeira dor da violação. Nela nasceram Rodolfo e Rômulo. Ricardo e Roberto vieram ao mundo com mais conforto e higiene, nascendo na maternidade. Mabel deitou-se e recostou a cabeça nas mãos, afundadas no travesseiro ainda macio, apesar de morto. Relanceou a vista pelo teto. Quantas vezes, quando o sono não quisera vir logo, pusera-se a contar as tábuas do teto encerado. Estava imersa em seus diminutos pensamentos quando alguém a chamou baixinho.
Mabel!... Mabel!...
Sentou-se assustada e pequenos arrepios atacaram sua espinha. Estaria sonhando ou mesmo adormecera por segundos?
A voz veio mais nítida.
Mabel!... Mabel!...
Agora não se enganava. Era realmente uma voz. E nunca a ouvira antes. Sentou-se a tremer na borda da cama e sem se dominar fez o sinal da cruz.
Nitidamente soou uma risada clara.
Você se esqueceu de mim, Mabel. Eu sou a coisa mais importante desse quarto. Nada do que você se recordou tem a importância que eu tenho. Não se esqueça de que eu sempre ampliei os seus sonhos e gentilmente refleti da maneira mais fiel a beleza da sua vaidade.
Atraída pela voz, se viu diante do espelho. O grande espelho do seu quarto, que alcançava quase três alturas do seu corpo. Que aparecia desde o começo da porta. Era costume antigo vir caminhando alegremente de lá até junto do seu corpo todo refletido. Postou-se tristemente diante do espelho e abaixou a cabeça.
Levante o rosto, querida, e me olhe com o mesmo amor com que me olhava antigamente.
Não posso. Já não sou a mesma. Sou outra. Morri.
Que história, querida! Acenda as luzes e nós ficaremos de novo cheios de vida.
Não podia desobedecer. Caminhou para o lado e girou o comutador. O espelho se iluminou feericamente e refletiu a palidez quase doentia do seu rosto.
Sabe, Mabel, você ainda é uma linda mulher! Os últimos dias maltrataram um pouco o seu rosto. Mas tudo passará.
Suspendeu as mãos e levantou os cabelos sedosos, pintados de um tom acaju. Verdade que nos últimos dias relaxara um pouco e, na risca, fios brancos denunciavam a origem da pintura.
Lindos os seus cabelos com esse tom avermelhado, Mabel.
São falsos. São pintados. Se deixar de pintá-los, serão tão velhos e brancos como as minhas rugas, que aparecem sem a pintura.
Não importa, querida. Assim mesmo são lindos. Se você voltar a tratá-los bem continuarão uma moldura digna para os seus traços.
Não adianta, amigo. Tudo acabou e eu preciso abandonar até você.
O espelho fez uma voz magoada.
Mas você poderá levar-me. Esquece que eu acompanhei todos os momentos felizes de sua vida?
Bem o quisera. Mas o lugar que vamos é muito feio. Não caberia você. De tudo que nos resta só o velho carrilhão acompanhará nossos passos. Como se tivesse que contar o tempo da nossa tristeza.
Por que só o relógio, Mabel?
Porque é velho como eu e começa a ficar bichado. Não tem valor algum. Só isso. Por preferência levaria você...
Teve vontade de chorar e levou as costas da mão aos olhos.
Assim, não, Mabel. Quero então que você se despeça de mim como se fosse uma rainha. Você sempre foi uma rainha.
Mabel tornou a abaixar a cabeça.
Caminhe até junto à porta, por favor. Não custa realizar as minhas últimas vontades.
Cabisbaixa, Mabel foi até o começo do quarto.
Olhe-me bem, Mabel.
Ergueu os olhos e uma alegria que era quase um grito de prazer a envolveu. Estava vestida de rainha. Seus cabelos se prendiam em cachos encaracolados que circundavam a sua cabeça. Falsa tiara, de pedrarias também falsas, reluzia em meio de tanta luz. Estava acabando de se preparar para o baile do Municipal. Nunca recebera tantos elogios como naquela noite. Chegaram a dizer que era a mais linda fantasia do recinto.
Ouça a música, Mabel.
E a música encheu os seus ouvidos.
Agora dance, Mabel.
Para não desfazer a magnitude da fantasia, rodopiou uma valsa, aproximando-se do espelho.
Que rainha! Que beleza, Mabel. Você vai fazer o maior sucesso da noite. Não haverá colombina, nem cigana, nem odalisca, nada, nada que ofusque a beleza do que criaram para você.
Voltou enlevada até à porta, continuando a valsar.
O espelho a atraía como um ímã. Somente a situação se tornara diversa. O seu corpo se envolvia no vestido vermelho de veludo, cujo decote audacioso deixava à mostra o busto forte e bem torneado. Valsando cobiças em todos os olhares. Homens se agachando para beijar a sua mão com o intuito de penetrar mais a vista em seus belos seios.
Você estava linda no Clube Natal, Mabel. Mas linda mesmo foi no Grande Prêmio no Jockey Club. Aquele chapéu preto, Santo Deus. Os seus olhos...
O chapéu preto de rendas, enormedando uma sombra coquete no seu rosto, ampliando o brilho de seus olhos negros belamente retocados de rímel, fazia tanta sensação como os páreos que corriam na pista.
Voltou ao armário e abriu-o de par em par. Acariciava cada vestido e cada história de sucesso que eles poderiam contar aos seus ouvidos.
Cansada de tudo, retornou ao momento de Mabel. A mulher mal pintada, descalça e triste.
Olhou-se demoradamente no espelho e sorriu tristemente.
Obrigada, meu grande amigo. Muito obrigada por tudo. Por tentar guardar no reflexo da saudade tanta coisa linda que me aconteceu na vida...
Girou lentamente o comutador, e o quarto tornou-se momentaneamente escurecido. Deitou-se na cama, acostumando a vista à penumbra.
Fechava os olhos para esquecer, mas as coisas permaneciam vivas e desenhadas nas lembranças.
A quem pertenceria a prataria? Com quem iria ficar a baixela da família paterna? E a pinacoteca? O seu querido Matisse? Os gladiadores de De Chirico? A grande natureza morta de Bassano? Tudo isso indo a leilão. Os próprios amigos invadiriam a sua ex-casa como piranhas famintas para arrebanhar tudo que pertencera à tradição de sua família, tudo que cercara os passos do seu passado…
Sorriu meio anestesiada, pensando nos comentários mordazes que fariam a seu respeito e ao seu azar. Ninguém a defenderia. Isso era certo. Ao contrário, no tocante àquela pequena tragédia burguesa, ririam de uma família cheia de pose que levava uma vida falsa, postiça, sem condições para aguentar o ritmo.
Deixa essa cama macia, Mabel, porque dentro em breve teu corpo deverá repousar cansado como o de uma empregada doméstica num colchão áspero e vagabundo de crina usada.
Sentou-se resignada a tudo. Jurando que um dia voltaria à mesma vida. Que não era possível a sorte se apresentar assim. Afinal não tinha culpa de coisa alguma que acontecera. Apenas fora carregada numa voragem alucinante. Arremetida num precipício desgraçado.
Pisou de leve no chão atapetado, tentando imaginar o chão talvez de terra batida da nova casa que os iria acolher.
Saiu e cerrou com cuidado a porta do quarto. Como se fechasse todas as lembranças ternas dentro daquele mundo penumbroso de silêncio.
Desceu contando os degraus da escada.
Ao chegar à sala, todos estavam falando baixinho. Planificando o futuro certamente. Trincou os dentes decidida a tudo. Poderia uma vez ou outra não resistir e se lastimar. Mas aguentaria o que viesse pela frente, fechando os punhos do ódio interior.
Que tanto você demorou, Mabel?
Clarissa viera ao seu encontro.
Sorriu sarcasticamente, analisando a irmã. Para que tanto cuidado se nem sequer tinha coragem de acompanhá-la na atual circunstância. Iria, sim, dependurar-se servilmente nas calças de Rodolfo para não ser tão atingida pelo golpe que a atingira.
Estávamos preocupados com a sua ausência, Mabel.
Não foi nada. Apenas senti uma grande indisposição intestinal e, de nojo, demorei-me a vomitar a podridão da vida. Foi só.
Voltou ao antigo posto e principiou, apanhando a primeira meia, desenrolando-a e estirando-a perna acima. Repetiu o mesmo gesto com a outra e ligou as ligas na calça. Findo isto, sem tentar abaixar-se, enfiou os pés nos sapatos. Queria assim confirmar que estava disposta a tudo que viesse. Exceto a morte, porque só os outros morriam...
E então?
Rômulo, que tomava as primeiras atitudes, comentou entre dentes.
Segunda-feira iremos com o caminhão da mudança.
Muito bem.
Tia Clarissa limpou os olhos num pequeno lenço.
Por que tanta humilhação, meu Deus?
Mabel fez-lhe sinal com o dedo na boca para que se calasse.
De nada adianta reclamar. O que aconteceu, aconteceu. E as lamúrias não remediarão nada. E mesmo, querida, sou eu que terei de ir no caminhão da mudança... Não você.
Rômulo ergueu-se e aumentou a voz. E a voz veio recheada de um sorriso debochado.
Nem tudo é tragédia e desesperança. Ontem mesmo eu soube de uma grande notícia. Nós não ficaremos toda a vida nessa situação. Haveremos de voltar e, quem sabe, até em menos tempo do que se espera.
Todos os olhares voltaram-se surpresos para ele.
Ontem me deram uma notícia comovedora e esperançosa. O aneurisma de tio Hermes pode rebentar a qualquer momento e ele não tem herdeiros diretos. Apontou as duas mulheres.
Só você, Mabel. Só você, Clarissa.
Deu uma risada que não estava nada apropriada ao ambiente e ao cheiro de luto que envolvia a todos ainda.
Nunca na minha vida rezarei tanto para que um aneurisma rebente depressa.
Ninguém disse nada e, se houve recriminação, somente os olhares duros dos presentes o fizeram.
Depois, abrindo as mãos do cinismo, encerrou a sessão repetindo as mesmas palavras iniciais:
Ite, Missa est!…

José Mauro de Vasconcelos, in Rua Descalça

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