domingo, 27 de março de 2022

13 | O álbum branco

Lembro-me de uma conversa em 1970 com o gerente do hotel em que eu me hospedava, perto de Pendleton, no Oregon. Tinha estado às voltas com um artigo para a Life a respeito do armazenamento dos agentes nervosos VX e GB no arsenal do Exército no condado de Umatilla. Após terminar de escrever, tentei fazer o check-out no hotel. Durante o procedimento, ouvi essa pergunta do gerente, que era mórmon: “Se você não acredita que vai para o céu no próprio corpo, e mantendo laços próximos com todos os membros da família, então qual é o sentido de morrer?” Àquela altura, eu acreditava que meus controles afetivos básicos já não estavam intactos, mas agora apresento isso como uma questão mais forte do que pode parecer à primeira vista, uma espécie de koan da época.

Joan Didion, in O álbum branco

Nenhum comentário:

Postar um comentário