As
palavras espiam como animais:
umas,
rajadas, sensuais, que nem panteras...
outras,
escuras, furtivas raposas...
mas
as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como
pássaros...
O
poema está parado em meio da clareira.
O
poema
caiu
na
armadilha! debate-se
e
ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido
ora
é uma fórmula algébrica
ora,
como um sexo, palpita... Que importa
que
importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo?
Ele
em breve será inteiramente devorado pelas palavras!
Mário Quintana, in Esconderijos do tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário