Eu
já tive e perdi
uma
casa,
um
jardim,
uma
soleira,
uma
porta,
um
caixão de janela com um perfil.
Eu
sabia uma modinha e não sei mais.
Quando
a vida dá folga, pego a querer
a
soleira,
o
portal,
o
jardim mais a casa,
o
caixão de janela e aquele rosto de banda.
Tudo
impossível,
tudo
de outro dono,
tudo
de tempo e vento.
Então
me dá choro, horas e horas,
o
coração amolecido como um figo na calda.
Adélia Prado, in Bagagem
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