Este tipo de argumento tenta convencer
que algo é verdadeiro simplesmente porque não foi comprovado como
falso. Assim, a ausência de prova é transformada em prova por
ausência. Carl Sagan nos deu este exemplo: “Não há evidência
definitiva de que os OVNIs não estejam visitando a Terra; portanto,
os OVNIs existem.” De forma semelhante, antes de se descobrir como
foram construídas as pirâmides, alguns concluíram que, na falta de
prova em contrário, as estruturas teriam sido erguidas por um poder
sobrenatural. Mas o fato é que o ônus da prova é sempre da pessoa
que faz a alegação.
O posicionamento mais lógico seria
questionar o que é mais provável, baseado nas evidências a partir
de observações feitas ao longo do tempo. Ou seja: há probabilidade
maior de que um objeto voando pelo céu seja um artefato construído
pelo homem, algum fenômeno natural, ou alienígenas vindo de outro
planeta? Como já observamos frequentemente os dois primeiros casos –
e nunca discos voadores –, é muito mais razoável concluir que
OVNIs não sejam extraterrestres vindo do espaço sideral.
Uma forma específica de apelo à
ignorância é o argumento da incredulidade pessoal, onde a
incapacidade de entender ou imaginar algo leva a pessoa a acreditar
que aquilo é falso. Por exemplo: “É impossível imaginar que o
homem realmente pisou na Lua, portanto, isso nunca aconteceu.”
Diante de afirmações desse tipo, o ideal é uma resposta
sarcástica, como: “É por isso que você não virou cientista da
NASA.”
Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos
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