Se o que está prometido é a carne
incorruptível,
é isso mesmo que eu quero, disse e
acrescentou:
mais o sol numa tarde com tanajuras,
o vestido amarelo com desenhos semelhando
urubus,
um par de asas em maio e imprescindível,
multiplicado ao infinito, o momento em
que
palavra alguma serviu à perturbação do
amor.
Assim quero “venha a nós o vosso
reino”.
Os doutores da Lei, estranhados de fé
tão ávida,
disseram delicadamente:
vamos olhar a possibilidade de uma nova
exegese
deste texto. Assim fizeram.
Ela foi admitida; com reservas.
Adélia Prado
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