Estranha matéria, que sobe do fundo
à flor da memória camada de espuma
diário de bordo vem quebrar aqui
sobre nosso peito com seu arsenal
de velhas paisagens e gente sem rosto;
se quase podemos tocá-la, não sabemos,
no entanto, em que praça, em que tempo
se dão o abraço o beijo que, talhados
no passado, emergem na água de agora
à maneira de cristais, mas que são
vidros
difusos e são doces, matam a sede
e nos matam. Insepultos, ressurgimos.
Eucanaã Ferraz
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