Fotos: Gabriel Valdivieso
a
chapada dos veadeiros, em goiás, é um destino assim ecológico e
turístico. esoturístico. cachoeiras, trilhas, águas termais,
pousadinhas e restaurantinhos…mmm, não! a chapada dos veadeiros é
mais.
na
onda da literatura hippie e esotérica, poderíamos falar de ETs,
phones & homes. prefiro falar aqui do cerne dessa questão, do
motivo de qualquer êxodo urbano; da sutileza de uma frase que ouvi
assim de passagem na padaria de alto paraíso: “aprendemos a viver
com menos”.
quando
pensamos nessas caricatas comunidades dos anos 70 o imaginário logo
borbulha em flores a girar e ícones paz & amor de pegada LSD,
mas parando para observar a maneira em que se vive nas vilas de são
jorge e alto paraíso, ainda assim, é custoso entender a mistureba
cultural que estes princípios aliados, somados à verdade do campo,
criam para si em casas e moradas.
o
imigrante urbano deixa para trás pretensões consumistas, seu sonho
da casa própria, para ter na simplicidade da casa do mato a sua real
maneira de viver. aqueles mais sofisticados bebem da cultura das
cúpulas de saint germain para construírem casas em forma de gota e
ainda aqueles mais engraçadinhos fazem das suas ocas também
“oficinas mecânicas de discos voadores”…mas o clima geral é
sempre aquele da simplicidade, da facilidade, do acesso, da cor, da
natureza, e sim, da paz e do amor!
este
registro é sutil a ponto de ter conseguido fugir da obviedade. e
também quer deixar claro que trata aqui da cultura desses povoados
como um todo, retratando restaurantes desativados e casas de nativos.
é lindo, pois em ângulos e detalhes possibilita pensar em uma vida
menos ordinária, onde o mato é forte e entra pelas portas e portões
das casas. um lugar de portas abertas e janelas destrancadas. um
lugar que não esconde dificuldades mas bebe da solo rico em cristais
para se estabelecer, sólido como rocha, em vilas de estilo de vida
paralelo em um país de crescimento e trânsito.
Gabriel Valdivieso, in quartoesala.etc.br. Acesse aqui.
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