Lembrava-se, como se fosse ontem, isto é,
há quarenta séculos, que um exército de pirâmides o contemplava.
Mas não saberia precisar onde, a que luz ou em que sol de que
extinta constelação. Não obstante preferia que fosse na estrela
mais branca do cinturão de Órion.
É verdade: havia uma mulher que
telefonava. Mas tão distante, meu Deus, que era como se lhe faltasse
a ela e para todo o sempre um atributo humano indispensável.
Se lhe propunham exemplos – o xeque do
pastor, o pau de amarrar égua, o mal-assombrado de Guapi, futura
cidade, ele dissimulava. Era então horrível de se ver.
Afinal um dia foi encontrado morto e
quando já nem tudo era possível, uma aventura banal.
Manuel Bandeira, in Estrela da Manhã
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