Certo dia, o califa Alma’mún disse ao
alquimista Yúçuf:
— Ai de ti, Yúçuf! A alquimia não
serve para nada!
Ele respondeu:
— Serve sim, ó comandante dos crentes!
O problema é que a desgraça da alquimia é a farmácia.
O califa perguntou:
— Ai de ti! E como é isso?
Yúçuf respondeu:
— Quando se pede alguma coisa aos
farmacêuticos, eles afirmam que a têm, mesmo que não tenham, e
empurram qualquer outra coisa de que disponham dizendo: “Eis aqui o
que você pediu”. Se o comandante dos crentes quiser, poderá criar
um nome qualquer e mandar pessoas a vários farmacêuticos para
comprá-lo.
O califa respondeu:
— Já forjei um nome, saqtitha.
Saqtitha é o nome de um vilarejo
desconhecido nas cercanias de Bagdá. Alma’mún mandou um grupo de
emissários à procura de saqtitha junto a vários
farmacêuticos. Todos eles afirmaram possuir o produto e, cobrando o
preço dos emissários, entregavam-lhes algo de que dispunham em seus
estabelecimentos. Os emissários retornaram ao califa carregando
coisas tão diversas entre si como sementes, pedaços de pedra e
pelos.
Mamede Mustafa Jarouche, in Histórias para ler sem pressa
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