Tenho
fome de um nome
e
procuro-o para além dos idiomas
como
garimpeiro de vozes
esgravatando
um chão de silêncios.
Ecoa
em mim
um
búzio sem mar,
um
peixe agoniza
no
estremecer da página nua.
Hoje
fui beijado por serpente.
E
me espelhei,
água
sobre a lua.
Hoje
escrevi mel
sobre
a picada da abelha:
isso
a que outros chamam poesia.
Mia
Couto
Nenhum comentário:
Postar um comentário