meu
pai inventou
uma
pegada de infância.
Aqui
assentou
o
teu passo pequenito, dizia,
dedo
posto sobre a indelével raiz.
Já
adulto, joelho no tempo,
acaricio
a petrificada mentira.
Nesse
templo
sem
parede nem prece,
meu
passo se imobiliza.
Aquela
mentira, afinal,
é
consolo sem fôlego:
a
vida será sempre pouca
perante
tão eterna infância.
Mia
Couto
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