pelo
modo como ocupam a casa:
uns
buscam os recantos,
outros
existem à janela.
A
uns satisfaz uma sombra,
a
outros nem o mundo basta.
Uns
batem com a porta,
outros
hesitam como se não houvesse saída.
Raras
vezes, sou pai.
Sou
sempre todos os meus filhos,
sou
a mão indecisa no fecho,
sou
a noite passada entre relógio e escuro.
Em
mim ecoa a voz
que,
à entrada, se anuncia: cheguei!
E
eu sorrio, de resposta: chegou?
Mas
se nunca ninguém partiu...
E
tanto em mim
demoraram
as esperas
que
me fui trocando por soalho
e
me converti em sonholenta janela.
Agora,
eu mesmo sou a casa,
essa
infatigável casa
a
que meus filhos
eternamente
regressam.
Mia
Couto
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