Esse
é Bernardo. Bernardo da Mata. Apresento.
Ele
faz encurtamento de águas.
Apanha
um pouco de rio com as mãos e espreme nos vidros
Até
que as águas se ajoelhem
Do
tamanho de uma lagarta nos vidros.
No
falar com as águas rãs o exercitam.
Tentou
encolher o horizonte
No
olho de um inseto — e obteve!
Prende
o silêncio com fivela.
Até
os caranguejos querem ele para chão.
Viu
as formigas carreando na estrada duas pernas de ocaso
para
dentro de um oco… E deixou.
Essas
formigas pensavam em seu olho.
É
homem percorrido de existências.
Estão
favoráveis a ele os camaleões.
Espraiado
na tarde —
Como
a foz de um rio — Bernardo se inventa…
Lugarejos
cobertos de limo o imitam.
Passarinhos
aveludam seus cantos quando o veem.
Manoel
de Barros
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