quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Erro poético

Sou o açúcar
procurando a formiga.

Meu carreiro
não tem linha.
É um ponto, um planetário grão.

A minha natureza
é uma inacabada caligrafia:
apenas os erros me defendem.

O amor apenas
me rasura a alma.

Com a formiga
partilho alucinogênios:
migas de paixão, migalhas de doçura.
Mia Couto

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